Dois neo-realismos e uma cineasta: possíveis leituras do neo-realismo latino americano em Lucrecia Martel

Revista Sísifo

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ISSN: 2359-3121
Editor Chefe: Yves São Paulo e Marcelo Vinicius
Início Publicação: 31/12/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Dois neo-realismos e uma cineasta: possíveis leituras do neo-realismo latino americano em Lucrecia Martel

Ano: 2016 | Volume: 1 | Número: 4
Autores: D. M. Haase
Autor Correspondente: Yves São Paulo e Marcelo Vinicius | [email protected]

Palavras-chave: Novo Cinema Argentino, Neorrealismo, Estética, Neo-realismo latino americano, Lucrecia Martel

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nesse artigo proponho analisar as similitudes estéticas do chamado Novo Cinema Argentino dos anos 90 (consagrado ao longo da crise de 2001), e o neorrealismo italiano do pós-guerra. Ambas as manifestações estéticas surgiram de uma intensa transformação social que propiciou a origem das suas expressões cinematográficas realistas, através das quais os cineastas buscavam se reconhecer ante o desamparo e a desolação da sua própria realidade: a Itália, destruída pelo fascismo e pela guerra e a Argentina, abalada pela ditadura militar e pelas políticas do neoliberalismo selvagem que a levaram a passar por uma das crises econômicas e políticas mais profundas da sua história. Os filmes destas vertentes estéticas afloraram das ruínas do seu tempo criando um espaço de distanciamento cultural com as representações do passado. Precisaram conceber suas experimentações simbólicas na emancipação do presente, e narrar suas adversidades de forma realista, para contribuir com a reconciliação de uma identidade nacional que precisava avançar sobre a sua tragédia, ou ao menos compreendê-la.