Documentar a si mesmo: resistência nas sociedades de controle

Ano: 2010 | Volume: 13 | Número: 1

Autores: Renata Lima Aspis

Palavras-chave: Documentário pessoal, Biopolítica, Sociedades de controle, Resistência.

Resumo Português:

Para tentarmos uma definição de documentário é preciso
levar em conta, no mínimo, três vertentes do problema:
a história do documentário; sua estilística e sua dimensão
ética. O que quer dizer, hoje, um documentário sobre um eu
que faz asserções sobre si mesmo? Podemos pensá-lo como
uma forma de reafirmar a existência, como uma tentativa
de linha de fuga nas sociedades de controle? De afirmação
da vida que não cessa de ser capturada pelos aparatos do
capitalismo? Se assim for, a potencialidade política desse
tipo de produção seria de resistência como re-existência,
como insistência em existir. Este artigo, teórico, a partir
do contexto da biopolítica e das sociedades de controle,
tem como objetivo argumentar filosoficamente a favor da
produção videográfica caseira e pessoal, compartilhada na
Rede, como forma de resistência hoje.

Resumo Inglês:

In order to try to come to a definition of documentary, it is
necessary to take at least three aspects of the problem into
consideration: the history of the documentary, its stylistics
and its ethical dimension. What does a documentary
about an I who makes assertions about him/herself mean
today? May we think of it as a way to affirm existence, as
an attempt to exercise a line of flight in the societies of
control? As a way to affirm a life which never stops being
captured by the apparatus of capitalism? If that is the case,
the political potentiality of this kind of production would
be resistance as re-existence, as an insistence on existing.
This article, theoretical, based on the context of biopolitics
and the societies of control, aims to argue philosophically
in favor of individual home video production, shared in the
net, as a way of resistance nowadays.