Distúrbios de glicose em pacientes não diabéticos que recebem tratamento agudo com pulsos de metilprednisolona

Revista Da Associação Médica Brasileira

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Telefone: (11) 3178 6802
ISSN: 1044230
Editor Chefe: Bruno Caramelli
Início Publicação: 31/12/1957
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Medicina

Distúrbios de glicose em pacientes não diabéticos que recebem tratamento agudo com pulsos de metilprednisolona

Ano: 2012 | Volume: 58 | Número: 1
Autores: Hector Eloy Tamez Perez, María Dolores Gómez de Ossio, Dania Lizet Quintanilla Flores, Mayra Ivonne Hernández Coria, Alejandra Lorena Tamez Peña, Gissén Jazmín Cuz Pérez, Stephanie Lissette Proskauer Peña
Autor Correspondente: Hector Eloy Tamez Perez | [email protected]

Palavras-chave: Metilprednisolona, diabetes mellitus, hiperglicemia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Pulsos de metilprednisolona são usados em diversas doenças, tanto para tratamento agudo
quanto crônico. Embora bem tolerados, eles aumentam os níveis de glicose em ambos os pacientes, não
diabéticos
e diabéticos. Eles também podem ser considerados um risco significativo para alterações metabólicas
agudas. O propósito deste estudo é determinar as alterações metabólicas nos níveis de glicose no
sangue de pacientes não diabéticos que recebem pulsos de metilprednisolona e identificar a presença de
fatores preditivos para seu desenvolvimento. Métodos: Estudo observacional prospectivo em 50 pacientes
nãodiabéticos
que recebem pulsoterapia com 1 g de metilprednisolona intravenosa por três dias consecutivos
como tratamento para diversas doenças autoimunes.
Variáveis demográficas, antropométricas e
metabólicas foram analisadas, e glicose, insulina e níveis de peptídeo C foram identificados após cada pulso
de esteroide. Diferentes variáveis e a magnitude da hiperglicemia foram analisadas utilizando a correlação
de Pearson. Resultados: 50 pacientes foram incluídos, predominantemente mulheres (66%, n = 33).
A idade média foi de 41 ± 14 anos com um IMC de 26 ± 3 kg/m2. A glicose de base foi de 83 ± 10 mg/dL.
Após cada pulso de esteroide, a glicose aumentou para 140 ± 28, 160 ± 38 e 183 ± 44, respectivamente
(p < 0,001). Peptídeo C e concentrações de insulina aumentaram significativamente (p < 0,001). A prevalência
de hiperglicemia em jejum após cada pulso foi de 68%, 94% e 98%, respectivamente. Não encontramos
nenhuma correlação entre a magnitude da hiperglicemia e as variáveis estudadas. Conclusão:
Os pulsos de metilprednisolona produziram aumentos significativos na glicemia de jejum na maioria
dos pacientes sem diabetes. Mais estudos são necessários para definir o seu papel nas consequências em
longo prazo.



Resumo Inglês:

Objective: Methylprednisolone pulses are used in a variety of disease conditions, both for acute and
chronic therapy. Although well tolerated, they increase glucose levels in both non-diabetic and diabetic
patients. They may also be considered a significant risk for acute metabolic alterations. The purpose of this
report is to determine the metabolic changes in blood glucose levels in non-diabetic patients receiving
methylprednisolone pulses and identify the presence of predictive factors for its development. Methods:
Observational, prospective study in 50 non-diabetic patients receiving 1 g intravenous methylprednisolone
pulses for three consecutive days as an indication for diverse autoimmune disorders. Demographic,
anthropometric, and metabolic variables were analyzed, and glucose, insulin and C-peptide levels after
each steroid pulse were identified. Different variables and the magnitude of hyperglycemia were analyzed
using Pearson’s correlation. Results: 50 patients were included, predominantly women (66%, n = 33).
The average age was 41 ± 14 years with a BMI of 26 ± 3 kg/m2. Baseline glucose was 83 ± 10 mg/dL.
After each steroid pulse, glucose increased to 140 ± 28, 160 ± 38 and 183 ± 44, respectively (p < 0.001).
C-peptide and insulin concentrations increased significantly (p < 0.001). The prevalence of fasting hyperglycemia
after each pulse was 68%, 94% and 98%, respectively. We found no correlation between the magnitude
of hyperglycemia and the studied variables. Conclusion: Methylprednisolone pulses produced
significant increases in fasting glucose in most patients without diabetes. Further studies are needed to
define its role in long-term consequences.