Disputa, imposição e negação em trabalhos escolares sobre história e cultura afro-brasileira e africana

Ágora

Endereço:
Avenida Independência, 2293 - Bloco 5, Sala 506 - Universitário
Santa Cruz do Sul / RS
96815-900
Site: http://online.unisc.br/seer/index.php/agora/index
Telefone: (51) 3717-7378
ISSN: 1982-6737
Editor Chefe: Virginia Elisabeta Etges
Início Publicação: 28/02/1995
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: História

Disputa, imposição e negação em trabalhos escolares sobre história e cultura afro-brasileira e africana

Ano: 2017 | Volume: 19 | Número: 1
Autores: S. A. Batista
Autor Correspondente: S. A. Batista | [email protected]

Palavras-chave: representações, história e cultura Afro-Brasileira e Africana, trabalhos escolares

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Diante dos processos de disputa, imposição e negação a respeito da história e cultura Afro-Brasileira e Africana, o propósito da pesquisa é identificar e analisar as respectivas representações em trabalhos escolares do Colégio Estadual do Campo Dr. Antonio Pereira lima, Distrito Panema, município de Santa Mariana, Paraná. As fontes foram produzidas para o Dia Nacional da Consciência Negra no período de 2013 a 2015, sendo divididas em dois grupos compostos por textos e imagens: o primeiro parte da hipótese da existência de um discurso estereotipado e preconceituoso advindo da classe dominante branca a respeito da história e cultura Afro-Brasileira e Africana; já o segundo surge possivelmente da imposição de um novo discurso, fruto das reivindicações de reconhecimento e valorização da diversidade cultural advogadas pelo Movimento Negro e por meio da Lei 10 639/03. Este estudo possibilita estabelecer paralelos entre representações advindas do “sistema hegemônico branco e ocidentalizado” e as representações anti-hegemônicas, considerando que o texto da Lei 10 639/03, que insere o ensino de história e cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas, também se constitui em uma representação, e não anula os processos de negociação, conflitos e tensões entre o padrão cultural negro e africano e o padrão branco europeu na dinâmica pedagógica escolar. A partir do debate em torno do conceito de representações de Chartier (1990; 1991; 2002), as representações são tomadas como estratégias e práticas de tensionamento em meio às relações de poder. Portanto, não se tratam de uma questão de verdade e falsidade, mas de uma lógica de representação que manipula e legitima o discurso de quem enuncia.



Resumo Inglês:

In the face of the processes of dispute, imposition and denial regarding Afro-Brazilian and African history and culture, the purpose of the research is to identify and analyze the respective representations in school works of the State School of the Field Dr. Antonio Pereira Lima, Panema District, municipality Of Santa Mariana, Paraná. The sources were produced for the National Black Consciousness Day from 2013 to 2015, being divided into two groups composed of texts and images: the first, part of the hypothesis of the existence of a stereotyped and biased discourse coming from the white ruling class about Of Afro-Brazilian and African history and culture; The second is possibly the imposition of a new discourse, as a result of the claims of recognition and appreciation of cultural diversity advocated by the Black Movement and by Law 10 639/03. This study makes it possible to establish parallels between representations derived from the "white and Westernized hegemonic system" and anti-hegemonic representations, considering that the text of Law 10 639/03, which inserts the teaching of Afro-Brazilian and African history and culture in schools, It also constitutes a representation and does not negate the negotiation processes, conflicts and tensions between the black and African cultural pattern and the European white standard in the school pedagogical dynamics. From the debate around Chartier concept of representations (1990; 1991; 2002), representations are taken as strategies and practices of tensioning amid power relations. Therefore, they are not a matter of truth and falsity, but of a logic of representation that manipulates and legitimizes the speech of the enunciator.