Dificuldades e barreiras de pais e pacientes de fibrose cística à adesão de telefisioterapia durante a pandemia de Covid-19

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Dificuldades e barreiras de pais e pacientes de fibrose cística à adesão de telefisioterapia durante a pandemia de Covid-19

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Renata Vieira Bilbão Soares, Thaise Helena Cadorin, Cintia Aguiar, Juliana Cardoso, Gabrielle de Oliveira Gonçalves, Gabriela Castilhos Ducati, Manoela Soares Osório, Renata Maba Gonçalves Wamosy, Camila Isabel Santos Schivinski
Autor Correspondente: Renata Vieira Bilbão Soares | [email protected]

Palavras-chave: telemonitoramento, assistência domiciliar, saúde da criança

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A fisioterapia respiratória é recomendada no acompanhamento multidisciplinar de indivíduos com fibrose cística (FC) e, durante a pandemia pela COVID-19, foi viabilizada por meio da telefisioterapia nos centros de referência para doença. No entanto, apesar de suas vantagens - como manter o isolamento social e garantir a manutenção dessa rotina terapêutica -, existem desafios para adesão dos pacientes.

OBJETIVO: Descrever as dificuldades e barreiras enfrentadas pelos responsáveis e pacientes com FC quanto à adesão a telefisioterapia durante a pandemia pela COVID-19.

METODOLOGIA: Relato de experiência descritivo, do qual participaram responsáveis por crianças e adolescentes com FC, com idades entre 3 e 15 anos, acompanhados por um centro de referência e vinculados a um programa de extensão universitária. Os responsáveis e alguns pacientes tinham acesso à internet para serem atendidos por telefisioterapia assíncrona via grupos de Whatsapp. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade e, após serem contatados, os participantes receberam orientações quanto ao estudo e os termos éticos para participação. Na sequência, os interessados receberam os documentos da pesquisa: um formulário online para obtenção de dados pessoais, e cartilhas/vídeos digitais com sugestões sobre a rotina de exercícios respiratórios e aeróbicos, sobre os quais foram solicitados feedbacks quanto a realização da telefisioterapia por meio de sua utilização. Os dados foram armazenados em uma planilha do Excel e conduziu-se uma análise qualitativa referente as respostas dos participantes nos formulários online disponibilizados via Formulários Google.

RESULTADOS: Dos 50 indivíduos participantes do grupo de Whatsapp, foram recrutados nove indivíduos para participarem do estudo: seis responsáveis e três pacientes. Destes,cinco retornaram respostas sobre os dados pessoais e ao feedback solicitado, sendo quatro responsáveis (80%) – 3 do sexo feminino - e uma paciente (20%) do sexo feminino de 10 anos. Em relação aos feedbacks, foram relatadas pelos responsáveis e pela paciente algumas dificuldades e barreiras para adesão durante a pandemia, dente elas: pouca vontade quanto ao uso de telas/aplicativos de celulares; esgotamento diante de muitas demandas tecnológicas; cansaço - tanto dos pais quanto dos pacientes - para responderem mensagens em grupos do WhatsApp, assim como para assistirem vídeos e acessarem cartilhas digitais como exercícios para serem feitos em casa, bem como para responderem regular e remotamente aos fisioterapeutas sobre o acompanhamento.

CONCLUSÃO: Apesar da telefisioterapia ser reconhecida como uma via de acesso terapêutico aos responsáveis e pacientes com FC durante a pandemia da COVID-19, esse relato constatou a dificuldade de adesão desses indivíduos nesse período, o que pode ter sido decorrente do excesso de uso desse tipo de veículo, bem como de redes sociais.