Dialética do recomeço: Mendelssohn e a refundação moderna da metafísica como história da filosofia

Kant e-prints

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ISSN: 1677-163X
Editor Chefe: Daniel Omar Perez
Início Publicação: 01/01/2002
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Dialética do recomeço: Mendelssohn e a refundação moderna da metafísica como história da filosofia

Ano: 2020 | Volume: 15 | Número: 3
Autores: F. M. Nolasco
Autor Correspondente: F. M. Nolasco | [email protected]

Palavras-chave: característica universal, metafísica, belas ciências, dialética.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este ensaio busca oferecer uma coleção de materiais historiográficos, em sua maior parte traduzidos do alemão, a bem da contextualização mais detalhada do papel de Moisés Mendelssohnno debate filosófico alemão da segunda metade do XVIII, em especial no que concerne à provável influência de suas reflexões em Kant e Hegel. Inicio com(1) a consideração das novidades trazidas à tona por M. Serresno que concerne à interpretação de Leibniz, e o faço com o intuito de introduzir em sentido amplo a problemática da característica universal, que servirá de fio condutor neste percurso. Tal introdução me permite definir (2) alguns dos termos mediante os quais observaremos o debate entre Kant e Mendelssohn, a começar com a análise (3, 4) de alguns aspectos do concurso sobre a cientificidade da metafísica proposto pela Academia de Ciências da Prússia em 1762, e em seguida com a observação (5, 6), mesmo que sumária, de alguns outros momentos importantes do contato entre ambos os filósofos. Meu objetivo é ilustrar a posição mendelssohniana, mesmo que de maneira introdutória, no intuito de se lançar alguma luz sobre seu projeto crítico de impor limites à razão teórica da matemática clássica e à razão prática da mística cabalística –diapasão em que se exercita a mágica e o fascínio do ideário da característica universal –o que promete, por sua vez, iluminar tanto alguns aspectos fundamentais do projeto da Crítica da Razão Purade Kant quanto da Ciênciada Lógicade Hegel. À guisa de conclusão (7) relatarei, mesmo que de maneira episódica e sumária, aspectos da querela do panteísmoe indicaremos brevemente como Kant e Hegel, de maneiras opostas, a ela reagiram.This essay searches to offer a large array of historiographic material so as to allow a more  detailed  contextualization  of  the  role  Moses  Mendelssohn  played  in  the  classic  German philosophical  debate,  especially  in  what  concerns  the  probable  influence  of  his  reflections  in Kant and Hegel. I start off (1) by taking into account some novelties brought to light in 1968 by M. Serrespertaining to the interpretation of Leibniz’ philosophy, and this in order to introduce in general terms the questions orbiting around the idea of the caracteristica universalis, which heretofore shall be our guiding thread. Such an introduction allows meto determine (2) some of the  terms  by  which  I will observe  the  debate  between  Kant  and  Mendelssohn:  at  first  through the analysis (3, 4) of some aspects of the 1762 Preissfrage of the Prussian Academy of Sciences focusing  the  scientific  status  of  metaphysics;  and  then  (5,  6)  by  the  summary  observation  of other  important  exchanges  between  Mendelssohn  and  Kant.  My  objective,  thus,  is  to  illustrate Mendelssohn’s positions, even if only in an introductory fashion, so as to throw some light onto his  critical  project  of  imposing  limits  to  classical  mathematics’  theoretical  reason  and  to cabalistic mystique’s practical reason –precisely  the  field  wherein  the caracteristica worked out its magic and fascination. This illustrationpromises on its turn to throw new light onto some founding aspects both of Kant’s Critique of Pure Reasonand Hegel’s Science of Logic. By way of conclusion, I shall relate, again in an episodic and summary fashion, some aspects pertaining to the Pantheismusstreitand how Kant and Hegel reacted differently to it.



Resumo Espanhol:

This essay searches to offer a large array of historiographic material so as to allow a more  detailed  contextualization  of  the  role  Moses  Mendelssohn  played  in  the  classic  German philosophical  debate,  especially  in  what  concerns  the  probable  influence  of  his  reflections  in Kant and Hegel. I start off (1) by taking into account some novelties brought to light in 1968 by M. Serrespertaining to the interpretation of Leibniz’ philosophy, and this in order to introduce in general terms the questions orbiting around the idea of the caracteristica universalis, which heretofore shall be our guiding thread. Such an introduction allows meto determine (2) some of the  terms  by  which  I will observe  the  debate  between  Kant  and  Mendelssohn:  at  first  through the analysis (3, 4) of some aspects of the 1762 Preissfrage of the Prussian Academy of Sciences focusing  the  scientific  status  of  metaphysics;  and  then  (5,  6)  by  the  summary  observation  of other  important  exchanges  between  Mendelssohn  and  Kant.  My  objective,  thus,  is  to  illustrate Mendelssohn’s positions, even if only in an introductory fashion, so as to throw some light onto his  critical  project  of  imposing  limits  to  classical  mathematics’  theoretical  reason  and  to cabalistic mystique’s practical reason –precisely  the  field  wherein  the caracteristica worked out its magic and fascination. This illustrationpromises on its turn to throw new light onto some founding aspects both of Kant’s Critique of Pure Reasonand Hegel’s Science of Logic. By way of conclusion, I shall relate, again in an episodic and summary fashion, some aspects pertaining to the Pantheismusstreitand how Kant and Hegel reacted differently to it.