DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: DA CASA DE ADOBE E DO MOCÓ À AGROECOLOGIA E PERMACULTURA NA REGIÃO DE GILBUÉS, PIAUÍ

OKARA: Geografia em debate

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ISSN: 1982-3878
Editor Chefe: Richarde Marques da Silva
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Geografia

DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: DA CASA DE ADOBE E DO MOCÓ À AGROECOLOGIA E PERMACULTURA NA REGIÃO DE GILBUÉS, PIAUÍ

Ano: 2009 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: Geraldo Gentil Vieira
Autor Correspondente: Geraldo Gentil Vieira | [email protected]

Palavras-chave: Desertificação. Semiárido Brasileiro. Agroecologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O trabalho fundamenta as bases para uma mudança de paradigma visando a
convivência do homem nordestino com o clima do Semi‐árido Brasileiro‐SAB. Os
500 anos de exploração do bioma Caatinga, predominante na região, foram
caracterizados pelo extrativismo vegetal, abrindo espaço para a introdução da
agricultura de subsistência de algumas espécies de cereais anuais com baixa
produtividade, ao lado de uma pecuária extensiva, também caracterizada por
baixos níveis de produtividade. Assim, criou‐se um pensamento de que era
possível “combater as secas”, cristalizado na obra euclidiana de que “o sertanejo
é, antes de tudo, um forte”. Nas páginas que seguem procura‐se demonstrar que
a clássica e bela definição pode e deve continuar, porém sob uma nova visão, a
de “convivência com as secas”, caracterizada basicamente pelo conhecimento do
clima regional, que possibilitará a introdução de novas espécies vegetais e
animais nativas e exóticas, e as respectivas técnicas de produção e manejo
agronômico e zootécnico, somadas à erradicação do analfabetismo, o pai e mãe
da pobreza. O trabalho questiona duramente a agricultura tradicional, que vem
agravando o processo de desertificação e o êxodo rural, cujas raízes, dentre
outras, estão no analfabetismo crônico e na baixa capacitação profissional da
região de Gilbués, Piauí. Assim, o modelo de convivência com o Semi‐Árido
baseado nas técnicas da agroecologia, da permacultura, do sistema de cultivo dry
farming e criação de animais silvestres e domésticos, poderá ser estendido para
todo o Semi‐Árido Brasileiro. Espera‐se o aumento da produtividade agrícola e
pecuária, com formação de estoques alimentares para os períodos secos do ano.
E na esteira, resgatar técnicas de arquitetura ecológica centradas no adobe e
salvar da extinção inexorável animais tão exóticos e produtivos como o mocó. Â