A Constituição Brasileira de 1988 decreta que a saúde deve ser de acesso universal e igualitário, sem discriminação de qualquer ordem. No entanto, estudos científicos demonstram que as dificuldades na comunicação entre o enfermeiro e o usuário surdo na atenção primária à saúde pode prejudicar a qualidade da assistência, ferindo o acordo constitucional. O estudo teve como objetivo realizar um diagnóstico situacional a respeito do conhecimento dos enfermeiros para o emprego da Língua de Sinais Brasileira com vistas ao desenvolvimento da assistência de Enfermagem no âmbito da atenção primária a saúde aos usuários surdos no município de Maricá - RJ. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Vassouras e aprovada pelo parecer nº6.069.561/2023. Os dados foram obtidos via questionário estruturado aplicado à enfermeiros(as) que atuam no atendimento aos surdos no âmbito da atenção primária a saúde do município e analisados qualitativamente por meio do software IRAMUTEQ. Foram entrevistados 28 enfermeiros(as) onde 71,4% (n=20) não possuem conhecimento para o emprego da Língua de Sinais Brasileira. Na percepção dos entrevistados a comunicação ineficaz é um problema para a assistência prestada, pois produz ruídos no processo de coleta de dados, clínicos e assistenciais, e na transmissão de informações de prevenção e promoção de saúde. Este estudo destacou as necessidades de saúde dos cidadãos surdos de Maricá, fulcro à exposição dos desafios comunicacionais enfrentados pelos enfermeiros durante consultas com pacientes surdos no âmbito da estratégia de saúde da família do município.