DECIFRA-ME OU TE DEVORO: O PENSAMENTO SOBRE A POESIA EM POEMAS DE FRANCISCA JÚLIA

Fólio

Endereço:
Estrada do Bem-Querer, Km 4, Bairro Universitário, CEP 45083-900
Vitória da Conquista / BA
45083-900
Site: http://periodicos2.uesb.br/index.php/folio/index
Telefone: (77) 3423-2551
ISSN: 21764182
Editor Chefe: Márcio Roberto Soares Dias
Início Publicação: 30/06/2009
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística

DECIFRA-ME OU TE DEVORO: O PENSAMENTO SOBRE A POESIA EM POEMAS DE FRANCISCA JÚLIA

Ano: 2011 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: Maiara Knihs
Autor Correspondente: Maiara Knihs | [email protected]

Palavras-chave: Poesia parnasiana, Francisca Júlia da Silva, Forças modernas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A poesia de Francisca Júlia da Silva é lida, bem como a poesia parnasiana em geral, como uma forma muito precisa. Este cálculo rigoroso das formas poéticas é o eixo sobre o qual a crítica se debruça pra valorizá-la, como é o caso de João Ribeiro que entende esses cuidados formais como a riqueza da sua poesia, ou para desconsiderá-la, como é o caso de Mário de Andrade que entende essa exatidão formal como excesso, como pura artificialidade, ao ponto de desconsiderar seus poemas enquanto poesia. Este ensaio, no entanto, propõe uma leitura da poesia não meramente como forma, mas sim como força ou pluralidade de forças. Dessa maneira, buscou-se analisar as forças anacrônicas que ali convivem. A força dos monumentos marmóreos de Francisca Júlia está nas fissuras ali deixadas pelo tempo, isto é, na criação de pensamento, de poesia. Esta poesia é uma poesia moderna porque traz um pensamento crítico em relação à linguagem aliado à desierarquização da relação sujeito-objeto: aqui, a Vênus desce do trono e fica cara a cara com o eu, um eu já esvaziado e é nessa relação que reside sua força.



Resumo Inglês:

The poetry of Francisca Júlia da Silva is read and the parnassian poetry in general as a very formally precise poetry. This rigorous measurement of poetic forms is the axis upon which the critic relies to valorize it, as it’s João Ribeiro case who understands this formal cares as the richness of her poetry, or to dismiss it, as is Mario de Andrade’s case, who understands this formal accuracy as excess, as pure artificiality, to the point of disregarding her poems as poetry. This essay however proposes a poetry reading not merely as a form, but as a force or plurality of forces. Thus, it seeks to analyze the anachronic force witch cohabitates there. The force of Francisca Júlia’s marble monuments resides in the cracks left there by time, that is, in the creation of thought, of poetry. This poetry is a modern poetry because it brings a critical thinking about language and allied to the hierarchization loss of the subject-object relationship: here, the Venus descends from the throne and gets face to face with the I, an I already emptied and therein lies her force.