De mata à estação ecológica: um estudo sobre Acauã, Alto Jequitinhonha, Minas Gerais

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ISSN: 2527-2551
Editor Chefe: Gustavo Dias
Início Publicação: 20/06/2017
Periodicidade: Semestral

De mata à estação ecológica: um estudo sobre Acauã, Alto Jequitinhonha, Minas Gerais

Ano: 2022 | Volume: 19 | Número: 1
Autores: Emília Pereira Fernandes da Silva Flávia Maria Galizoni Vico Mendes Pereira Lima
Autor Correspondente: Silva, E.P. | [email protected]

Palavras-chave: Comunidades Rurais, Unidades de Conservação, Jequitinhonha, Terras Comuns

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nos anos 1970 o Jequitinhonha mineiro foi alvo das políticas de desenvolvimento da ditadura militar; grandes áreas de monocultura de eucalipto foram implantadas por meio de incentivos fiscais e justificadas pela expectativa de crescimento econômico baseado na siderurgia. As chapadas desta região sofreram ocupação intensiva pelo setor empresarial, que modificou profundamente os usos de solo e água. Remanescentes de vegetação nativa foram transformados em unidades de conservação. Este estudo analisou as relações entre comunidades rurais e a Estação Ecológica de Acauã, unidade de proteção integral da região, investigando a implantação da reserva, as interações estabelecidas com as famílias lavradoras e seus efeitos socioambientais. Os procedimentos metodológicos reuniram pesquisa social, florestal e espacial. Os resultados mostram que a criação da estação ecológica expropriou lavradores de direitos de acesso, partilha e gestão costumeira dos recursos da natureza em terras comuns, privando-os de acesso a 70% da área de cerrado na chapada. Em três décadas a mata nativa perdeu 18,6% da vegetação e as áreas de monocultura de eucalipto e pastagens plantadas aumentaram 274% e 189%, respectivamente.



Resumo Inglês:

In the 1970s, Jequitinhonha from Minas Gerais was the target of the development policies of the military dictatorship; large areas of eucalyptus monoculture were implemented through tax incentives and justified by the expectation of economic growth based on the steel industry. The plateaus of this region were intensively occupied by the business sector, which profoundly changed the uses of soil and water. Remnants of native vegetation were transformed into conservation units. This study analyzed the relationships between rural communities and the Acauã Ecological Station, an integral protection unit in the region, investigating the implantation of the reserve, the interactions established with farming families and its socio-environmental effects. The methodological procedures brought together social, forest and spatial research. The results show that the creation of the ecological station expropriated farmers of rights of access, sharing and customary management of natural resources in common lands, depriving them of access to 70% of the cerrado area in the chapada. In three decades, the native forest lost 18.6% of its vegetation and the areas of eucalyptus monoculture and planted pastures increased 274% and 189%, respectively.



Resumo Espanhol:

En la década de 1970, Jequitinhonha de Minas Gerais fue el blanco de las políticas de desarrollo de la dictadura militar; Se implementaron grandes extensiones de monocultivo de eucalipto mediante incentivos fiscales y se justificó por la expectativa de crecimiento económico basado en la industria siderúrgica. Las mesetas de esta región fueron intensamente ocupadas por el sector empresarial, que cambió profundamente los usos del suelo y el agua. Los remanentes de vegetación nativa se transformaron en unidades de conservación. Este estudio analizó las relaciones entre las comunidades rurales y la Estación Ecológica Acauã, unidad de protección integral en la región, investigando la implantación de la reserva, las interacciones que se establecen con las familias campesinas y sus efectos socioambientales. Los procedimientos metodológicos aglutinaron la investigación social, forestal y espacial. Los resultados muestran que la creación de la estación ecológica expropió a los agricultores de los derechos de acceso, compartir y manejo consuetudinario de los recursos naturales en las tierras comunales, privándolos del acceso al 70% del área del cerrado en la chapada. En tres décadas, el bosque nativo perdió el 18,6% de su vegetación y las áreas de monocultivo de eucalipto y pastos plantados aumentaron 274% y 189%, respectivamente.