Das dores que vazam, que produzem o cotidiano: o trabalho do tempo no ativismo da maconha medicinal

Revista Mundaú

Endereço:
Avenida Lourival Melo Mota - S/n - Tabuleiro do Martins
Maceió / AL
57072-900
Site: http://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau
Telefone: (82) 3214-1322
ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

Das dores que vazam, que produzem o cotidiano: o trabalho do tempo no ativismo da maconha medicinal

Ano: 2019 | Volume: 0 | Número: 6
Autores: Romário Vieira Nelvo
Autor Correspondente: Romário Vieira Nelvo | [email protected]

Palavras-chave: Trabalho do tempo; Família; Maconha Medicinal; Sofrimento; Adoecimentos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo trata dos dilemas cotidianos de familiares em torno do acesso à saúde no Rio de Janeiro, tendo como eixo central as dobras político-morais do ativismo da maconha medicinal. Aqui, por meio de descrições etnográficas, percorro o trabalho do tempo de uma mãe de setenta anos, racializada na negritude, moradora de uma habitação popular que se engajou no presente ativismo pelo seu filho, portador de doenças raras. Cartografo os meses a fio de suas idas e vindas da Defensoria e do Fórum públicos na tentativa de reverter um processo de judicialização de medicamentos à base da maconha, no qual defensores e gerentes de Banco alegavam que o “Estado está falido”. Mostro como o cotidiano, os idiomas e tempos da família e as experiências subjetivas da deficiência vão se embaralhando no trabalho do tempo e gestão das dores e sofrimentos duráveis que vazam das narrativas das pessoas.



Resumo Inglês:

This article deals with the daily dilemmas of family members regarding access to health in Rio de Janeiro, having as its central axis the political-moral folds in medical marijuana activism. Here, through ethnographic descriptions, I walk through the time work of a seventy-year-old mother, racialized in the blackness and inhabitant of a popular dwelling who has engaged in present activism for her rare disease-bearer. I map the months of their comings and goings from the public Defender's Office and the Forum in an attempt to reverse a marijuana-based drug court case in which defenders and bank managers claimed that the “state is bankrupt”. I show how daily life, family languages and times, and the subjective experiences of disability are shuffling in the work of time and managing the lasting pain and suffering that leaks from people's narratives.



Resumo Espanhol:

Este artículo aborda los dilemas diarios de los miembros de la familia con respecto al acceso a la salud en Río de Janeiro, teniendo como eje central los pliegues político-morales en el activismo de la marihuana medicinal. Aquí, a través de descripciones etnográficas, recorro el trabajo de una madre de setenta años, racializada en la negrura y habitante de una vivienda popular que se ha involucrado en el activismo actual para su rara portadora de enfermedades. Mapeo los meses de sus idas y venidas desde la Oficina del Defensor público y el Foro en un intento por revertir un caso de un tribunal de drogas basado en la marihuana en el que los defensores y los gerentes de los bancos afirmaron que el "estado está en bancarrota". Muestro cómo la vida cotidiana, los idiomas y los tiempos de la familia, y las experiencias subjetivas de discapacidad se mezclan en el trabajo del tiempo y manejan los dolores y molestias que se filtran de las narrativas de las personas.



Resumo Francês:

Cet article traite des dilemmes quotidiens des membres de la famille concernant l'accès à la santé à Rio de Janeiro, ayant pour axe central les replis politico-moraux de l'activisme médical de la marijuana. Ici, à travers des descriptions ethnographiques, je parcours le travail dans le temps d’une mère de soixante-dix ans, racialisée dans la noirceur et habitant d’un logement populaire, qui s’est engagée dans le militantisme actuel en faveur de son porteur de maladie rare. Je retrace les mois de leurs allées et venues du bureau du défenseur public et du forum dans le but de renverser une affaire judiciaire en matière de drogue basée sur la marijuana dans laquelle des défenseurs et des directeurs de banque ont affirmé que «l'État est en faillite». Je montre comment la vie quotidienne, les langues et les moments familiaux, ainsi que les expériences subjectives du handicap, se mélangent dans le travail du temps et gèrent la douleur et la souffrance durables qui s'échappent des récits des gens.