Da Batalha dos Três Reis aos relatos de naufrágios: sobre notícias e popularidade nos séculos XVI e XVII

Artcultura

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ISSN: 2178-3845
Editor Chefe: Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos
Início Publicação: 28/02/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Da Batalha dos Três Reis aos relatos de naufrágios: sobre notícias e popularidade nos séculos XVI e XVII

Ano: 2022 | Volume: 24 | Número: 44
Autores: André Belo
Autor Correspondente: André Belo | [email protected]

Palavras-chave: rumores, relatos de naufrágio, popularidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo pretende contribuir para a compreensão da relação entre certos textos e a prévia circulação de notícias e mensagens no tecido social, em Portugal e na Europa da época moderna. O trabalho apoia-se em três exemplos diferentes, todos do final do século XVI e inícios do XVII: os panfletos em língua alemã que se referem à Batalha de Alcácer Quibir (ou “dos Três Reis”), na qual morreu o rei d. Sebasti- ão (4 de agosto de 1578); a circulação de rumores em Portugal sobre a sobrevivência do mesmo rei após a batalha e durante o episódio do falso rei “de Veneza (1598-1603); e relatos portugueses de naufrágio bem conhecidos da mesma época, em especial o da nau de Jorge de Albuquerque Coelho, capitão de Pernambuco. Discute-se a popularidade deste folheto em relação com uma experiência prévia dos habitantes de Lisboa, que puderam ver o destroço do navio durante semanas, em lugar bem conhecido da cidade. A participação de Albuquerque Coelho na Batalha dos Três Reis permite fechar o círculo de uma interpretação em que os diferentes meios de circula- ção noticiosa não são considerados isoladamente, mas através de um conjunto de interações – da oralidade ao texto impresso – que podemos deduzir das fontes.