A cultura do tempo e os horizontes da futuridade

Revista Debates

Endereço:
Av. Bento Gonçalves 9500 - Prédio C2 sala 228
PORTO ALEGRE / RS
0
Site: http://www.revistadebates.ufrgs.br
Telefone: (51) 3308-6894
ISSN: 19825269
Editor Chefe: Marcello Baquero
Início Publicação: 30/11/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciência política

A cultura do tempo e os horizontes da futuridade

Ano: 2021 | Volume: 15 | Número: 3
Autores: F. R. de Paula
Autor Correspondente: F. R. de Paula | [email protected]

Palavras-chave: cultura, decolonialidade, política global, futurismo(s)

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A inclusão das diferenças culturais nos estudos globais tem assumido principalmente a forma de agendas voltadas para o reconhecimento e a democratização, de um lado, ou a historicização redentora, de outro. O que este artigo argumenta é que uma recuperação geo-histórica da diferença é insuficiente para dar conta da possibilidade de uma trajetória descolonial para a humanidade sem uma compreensão mais profunda dos obstáculos colocados pela atual economia política das representações do “futuro”. Eu exploro a mobilização do futuro como uma forma de desafiar o que chamo de necro-política, que estou definindo como uma gama de práticas mundanas que facilitam a reprodução dos mundos da morte através do apagamento sistemático de corpos de visões "aceitáveis" de o futuro. Explorando Afrofuturismo, Futurismo Indígena e Futurismo Queer, eu examino o que essas manifestações estéticas revelam sobre o real e o possível, e suas capacidades disruptivas para inspirar outras realidades do espaço-tempo.



Resumo Inglês:

The inclusion of cultural differences in global studies has mostly taken the form of agendas that aim at recognition and democratization on the one hand, or a redemptive historicization on the other. What this paper argues is that a geohistorical reclamation of difference is insufficient to account for the possibility of a decolonial trajectory for humanity without a deeper understanding of the obstacles imposed by the present political economy of representations of “futurity”. I explore the mobilization of futurity as a way to challenge what I refer to as necrochronopolitics, which I am defining as a range of mundane practices that facilitate the reproduction of death-worlds through the systematic erasure of bodies from ‘acceptable’ views of the future. By exploring Afrofuturism, Indigenous Futurism and Queer Futurism, I examine what these aesthetics manifestations reveal about the real and possible, and their disruptive capacities to inspire other time-space realities.



Resumo Espanhol:

La inclusión de las diferencias culturales en los estudios globales ha tomado principalmente la forma de agendas dirigidas al reconocimiento y la democratización, por un lado, o historización redentora, por el otro. Lo que este artículo sostiene es que una recuperación geohistórica de la diferencia es insuficiente para dar cuenta de la posibilidad de una trayectoria descolonial para la humanidad sin una comprensión más profunda de los obstáculos que plantea la economía política actual de las representaciones del “futuro”. Exploro la movilización del futuro como una forma de desafiar lo que llamo necrocronopolítica, que estoy definiendo como una gama de prácticas mundanas que facilitan la reproducción de los mundos de la muerte a través del borrado sistemático de cuerpos de visiones "aceptables" del futuro. Al explorar el afrofuturismo, el futurismo indígena y el futurismo queer, examino lo que estas manifestaciones estéticas revelan sobre lo real y lo posible, y sus capacidades disruptivas para inspirar otras realidades espacio-temporales.