CRISE ORGÃNICA, HEGEMONIA E REVOLUÇÃO PASSIVA GRAMSCIANA

Revista Ideação

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ISSN: 2359-6384
Editor Chefe: Laurenio Leite Sombra
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

CRISE ORGÃNICA, HEGEMONIA E REVOLUÇÃO PASSIVA GRAMSCIANA

Ano: 2019 | Volume: 1 | Número: 39
Autores: Maria Socorro Ramos Militão
Autor Correspondente: Maria Socorro Ramos Militão | [email protected]

Palavras-chave: Gramsci, Crise Orgânica, Hegemonia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Visando compreender os fatores que originaram o Fascismo na Itália e as derrotas do movimento operário na Europa, o filósofo italiano Antonio Gramsci promoveu uma análise microscópica desses fenômenos e das dimensões que eles atingiram no período da Primeira Guerra e no posterior, assim pôs-se a investigar os fatores que se coligaram e caracterizaram a crise, desencadeada por eles. Essas seriam algumas das questões que receberiam a atenção do autor sardo em sua obra Cadernos do Cárcere, na qual construiria preciosas anotações acerca da crise capitalista que, para ele, não seria apenas uma crise esporádica própria ao sistema, mas uma crise orgânica por ser acompanhada de perda de poder hegemônico. Naquela obra, mostra que a assim chamada crise de hegemonia também desencadeia crises econômicas, políticas, de comando, de autoridade, etc. Por isso, ela deve ser interpretada como um movimento orgânico que se desenvolve em um processo histórico complexo, com sua multiplicidade de componentes e inter-relações em nível global, e não apenas como fenômeno imediato e conjuntural, daí ser provocada por um somatório de questões que se acumularam molecularmente. O autor dos Cadernos aponta como fracasso da política da classe dirigente a imposição do consenso das grandes massas pela força; a organização política de grandes massas anteriormente passivas e que passam a se movimentar, embora sem uma vontade política precisa; ou ainda porque as forças antagônicas se mostraram incapazes de organizar em seu favor esta desordem. Diante desse quadro é que se apresenta o objetivo deste artigo: explicitar o processo de desenvolvimento da crise orgânica e a inerente perda de hegemonia decorrente dela, e, com efeito, demonstrar a possibilidade de construção da hegemonia dos e para os subalternos. A investigação em âmbito filosófico-político terá como base teórica o legado gramsciano e, como método de orientação da pesquisa, a filosofia da práxis.



Resumo Inglês:

Aiming to understand the factors that originated Fascism in Italy and the defeats of the labor movement in Europe, the Italian philosopher Antonio Gramsci promoted a microscopic analysis of these phenomena and the dimensions they reached in the period of the First and subsequent War, to investigate the factors that were associated and characterized the crisis, triggered by them. These would be some of the issues that would receive the attention of the Sardinian author in his work The Prison Notebooks, in which he would construct precious notes about the capitalist crisis, which for him would not only be a sporadic crisis typical of the system but an organic crisis to be followed of hegemonic power loss. In that work, he shows that the so-called crisis of hegemony also triggers economic, political, command, authority, etc. types of crises. Therefore, it must be interpreted as an organic movement that develops itself in a complex historical process, with its multiplicity of components and interrelations at the global level, and not only as an immediate and conjunctural phenomenon, hence it is provoked by a sum of questions which is accumulated molecularly. The author of the Prison Notebooks points out as a failure of the policy of the ruling class the imposition of the consensus of the masses by force; the political organization of large masses who were previously passive and who started to move, although without a precise political will; or even because the antagonistic forces proved incapable of organizing this disorder in their favor. The objective of this article is to explain the process of development of the organic crisis and the inherent loss of hegemony, and to demonstrate the possibility of building the hegemony from and for the subordinates. Philosophical-political research will have as its theoretical basis the Gramscian legacy and, as a method of orienting research, the philosophy of praxis.