COVID-19 e a crise da ordem liberal: aceleração do tempo histórico e mundo pós-ocidental

Revista Agenda Política

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ISSN: 23188499
Editor Chefe: Thaís Cavalcante Martins, Mércia Alves, Marcelo Fontenelle e Silva
Início Publicação: 30/06/2013
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciência política

COVID-19 e a crise da ordem liberal: aceleração do tempo histórico e mundo pós-ocidental

Ano: 2020 | Volume: 8 | Número: 3
Autores: E. H. Ribeiro, C. R. Ungaretti
Autor Correspondente: E. H. Ribeiro | [email protected]

Palavras-chave: crescimento desigual, ordem liberal, transição hegemônica, mundo pós-ocidental, covid-19

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O estudo analisa os impactos da pandemia da COVID-19 sobre a ordem hegemônica dos Estados Unidos na perspectiva da Economia Política Internacional. Argumenta-se que a crise atual acelera tendências de longo prazo, marcadas pela transição sistêmica do capitalismo histórico. As dinâmicas de crescimento desigual apontam para o ressurgimento do Leste Asiático, em particular a China, como pólo dinâmico da economia mundial. Apresenta-se a evolução da ordem liberal e o processo de erosão pós-crise de 2008, debatendo a emergência de novos desafios e modelos alternativos à agenda tradicional de globalização. Argumenta-se que o momento de desordem precede a pandemia e significa um ponto de choque entre diferentes estágios históricos de acumulação de capital. As diferentes reações à crise da COVID-19 representam sintomas de modelos distintos de economia política, que ficam evidentes no contraste entre a financeirização pós-industrial dos Estados Unidos e o desenvolvimento sinérgico do capitalismo produtivo no Leste Asiático. O estudo aponta que a resposta unilateral do governo Trump e o relativo sucesso dos países asiáticos à COVID-19 aceleram dois processos simultâneos: o declínio hegemônico dos Estados Unidos e a busca da China em apresentar alternativas para a construção da ordem pós-Ocidental.



Resumo Inglês:

The study analyzesthe impacts of COVID-19 pandemic on the United States’ hegemonic order from the perspective of International Political Economy. It is argued that the current crisis accelerates long-term trends, marked by the systemic transition of historical capitalism. The dynamics of uneven growth point to the resurgence of East Asia, in particular China, as a dynamic pole of the world economy. The evolution of the liberal order and the post-crisis process are presented, debating the emergence of challenges and alternative models to the traditional globalization agenda. It is argued that the moment of disorder precedes the pandemic and represents the shock between different historical stages of capital accumulation. Different reactions to the COVID-19 crisis represent only symptoms of distinct models of political economy, which are evident in the contrast between the post-industrial financialization of the United States and the synergic development of productive capitalism in East Asia. The study points out that the unilateral response of Trump’s administration and the relative success of Asian countries against COVID-19 accelerate two simultaneous processes: hegemonic decline and China's pursuit to present alternatives for the construction of the post-Western order.



Resumo Espanhol:

El estudio analiza los impactos de la pandemia COVID-19 en el orden hegemónico de los Estados Unidos desde la perspectiva de la Economía Política Internacional. Se argumenta que la crisis actual acelera las tendencias de largo plazo, marcadas por la transición sistémica del capitalismo histórico. La dinámica del crecimiento desigual apunta al resurgimiento de Asia Oriental, en particular China, como un polo dinámico de la economía mundial. Se presenta la evolución del orden liberal y el proceso de erosión posterior a la crisis de 2008, debatiendo la aparición de nuevos desafíos y modelos alternativos a la agenda tradicional de globalización. Se argumenta que el momento de desorden precede a la pandemia y representa un punto de choque entre las diferentes etapas históricas de la acumulación de capital. Las diferentes reacciones a la crisis de COVID-19 representan sólo síntomas de diferentes modelos de economía política, que son evidentes en el contraste entre la financiarización postindustrial de los Estados Unidos y el desarrollo sinérgico del capitalismo productivo en Asia Oriental. El estudio señala que la respuesta unilateral de la administración Trump y el relativo éxito de los países asiáticos a COVID-19 aceleran dos procesos simultáneos: el declive hegemónico y la búsqueda de China de presentar alternativas para la construcción del orden post-occidental.