Coração Satânico: uma análise do filme de Alan Parker a partir do pensamento de Santo Agostinho

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ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Coração Satânico: uma análise do filme de Alan Parker a partir do pensamento de Santo Agostinho

Ano: 2018 | Volume: 14 | Número: 26
Autores: Paulo André Machado Kulsar, Eduardo Simões
Autor Correspondente: P. A. M. Kulsar, E.Simões | [email protected]

Palavras-chave: Coração Satânico, Santo Agostinho, Livre-arbítrio, mal, cinema.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo analisa as relações entre o filme Coração Satânico, de 1987, dirigido por Alan Parker, e as questões do mal e do livre-arbítrio segundo as obras Confissões e O Livre-Arbítrio, de Santo Agostinho. O filme é observado como obra aberta, que permite a liberdade de interpretação ao espectador, na concepção de Umberto Eco (1991), e como totalidade intelectual que ultrapassa a imaginação, na perspectiva de Gilles Deleuze (2005). As ações dos personagens e suas consequências são observadas de uma perspectiva agostiniana, buscando compreender como a teoria do Bispo de Hipona explicaria as várias situações apresentadas no filme. É analisada a concepção agostiniana de livre-arbítrio, ou seja, se este provém de Deus e se Deus teria criado o mal. Deste modo, pretende-se traçar um paralelo da concepção de livre-arbítrio com as ações do detetive Harry Angel, contratado por Louis Cyphre para localizar o cantor Johnny Favourite, desaparecido. O artigo discute se as ações de Angel são autônomas ou se são controladas por Cyphre.



Resumo Inglês:

The article analyses the links between the 1987 movie Angel Heart, directed by Alan Parker and the matters of evil and free will according to the works Confessions and The Free Will, by Saint Augustine. The movie is observed as an open work, which allows free interpretation to its spectator, in the conception of Umberto Eco (1991), also as an intellectual totality that surpasses imagination, according to the perspective of Gilles Deleuze (2005). The actions of the characters and their consequences are observed from an Augustinian perspective, seeking to understand how the theory of the Bishop of Hippo would explain the various situations presented in the movie. The Augustinian conception of free will is analysed, that is, whether it comes from God and whether God could have created evil. Thus, our proposal is drawing a parallel with the actions of the detective Harry Angel, who is hired by Louis Cyphre to locate the missing singer Johnny Favourite. The article discusses whether Angel's actions are either autonomous or controlled by Cyphre.