Construindo caminhos e chegando ao fim da linha? Trabalho e trabalhadores da Transamazônica

Cadernos do CEOM

Endereço:
Rua Líbano 111-D - Passo dos Fortes
Chapecó / SC
89805-510
Site: http://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rcc
Telefone: (49) 3323-4779
ISSN: 2175-0173
Editor Chefe: Mirian Carbonera
Início Publicação: 01/01/1986
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Arqueologia, Área de Estudo: História

Construindo caminhos e chegando ao fim da linha? Trabalho e trabalhadores da Transamazônica

Ano: 2021 | Volume: 34 | Número: 55
Autores: Magno Michell Marçal Braga
Autor Correspondente: Magno Michell Marçal Braga | [email protected]

Palavras-chave: trabalho, trabalhadores, transamazônica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A rodovia Transamazônica nasceu filiada ao Programa de Integração Nacional (PIN) no auge da ditadura civil-militar em 1970 e teve a incorporação do território amazônico à lógica do capital nacional como pano de fundo da estratégia do Estado, que contava com o Nordeste como área de repulsão de um exército de mão de obra, além de grandes empresários interessados no megaempreendimento de construção civil e nos grandes projetos agropecuários com financiamentos subsidiados. A execução do projeto exigiu a migração de milhares de trabalhadores contratados de maneira direta ou indireta por grandes empreiteiras nacionais ou por intermediários e submetidos a diversos tipos de abusos e desrespeito às leis trabalhistas em vigor no momento. A obra, apesar da subnotificação de casos, fez disparar o número de acidentes de trabalho comunicados às autoridades, além de resultar em um boom de ações trabalhistas movidas por trabalhadores contra as empreiteiras envolvidas no projeto. Chamados a “construir o Brasil Grande”, muitos desses trabalhadores que construíram caminhos e acabaram encontrando o fim da linha de suas próprias trajetórias.



Resumo Inglês:

The Transamazônica highway was born affiliated to the National Integration Program (PIN) at the height of the civil-military dictatorship in 1970 and had the incorporation of the Amazon territory into the logic of national capital as a backdrop for the State's strategy, which relied on the Northeast as an area of repulsion of an army of labor, as well as large businessmen interested in the mega construction enterprise and in large agricultural projects with subsidized financing. The execution of the project required the migration of thousands of workers hired directly or indirectly by large national contractors or intermediaries and subjected to various types of abuse and disregard for the labor laws in force at the time. The work, despite the underreporting of cases, triggered the number of occupational accidents reported to the authorities, in addition to resulting in a boom in labor lawsuits brought by workers against the contractors involved in the project. Called to “build Brasil Grande”, many of these workers who built paths and ended up finding the end of the line of their own trajectories.