O presente artigo visa à análise da narrativa cordelista Lampião e Volta Seca em Itabaiana, de autoria de Robério Santos, em que serão observados os recursos retórico-argumentativos referentes aos lugares de pessoa e de essência, utilizados pelo orador na construção do ethos heroico para o cangaceiro Volta Seca. Para tanto, discorreremos acerca do conceito de ethos, por meio da retórica e de estudos recentes que adaptam essa noção. Na análise, privilegiaremos os estudos de argumentação perelmanianos, que têm base aristotélica. Além disso, firmaremos a construção da imagem desse herói evidenciando sua aproximação com o herói épico, visto que ambos se constroem pela mescla do plano mítico e do plano histórico. Para esta aproximação, tomaremos como referência Silva e Ramalho (2007). Ainda desenvolveremos, a partir dos estudos de Santos (2014), um breve comentário sobre o cangaço e sua história, mais especificamente, na cidade de Itabaiana, no estado de Sergipe, onde viveu Volta Seca. A partir da análise, evidenciamos uma relação entre o ethos de bravura do cangaceiro e dos próprios moradores da cidade.
This article aims to review the cordel tale Lampião and Volta Seca in Itabaiana by Robério Santos, in which will be observed the rhetorical and argumentative resources used by the speaker on making of heroic ethos to the outlaw Volta Seca. Therefore, we descant about the concept of ethos through rhetoric and recent studies that suit this notion. Into the analysis we’ll focus on Chaïm Perelman’s argumentation studies, which have Aristotelian base. Besides that, we will steady the framing of this hero’s image highlighting his approach to the epic hero, since they both set up themselves by the mix of the mythical and historic idea. To this approach, we will take as a reference Silva and Ramalho (2007). Here we will still develop from the Santos’s studies (2014), a brief note about the cangaço and its history, more specifically, contextualized in the city of Itabaiana in the State of Sergipe, where Volta Seca lived. From the analisys, we show a relation between the ethos of bravery of the cangaceiro and of the own inhabitants of the city.