As Constituições são Legítimas?

Pensar - Revista de Ciências Jurídicas

Endereço:
A. Washington Soares, 1321, Edson Soares
Fortaleza / CE
60811-905
Site: http://ojs.unifor.br/index.php/rpen
Telefone: (85) 3477-3037
ISSN: 2317-2150
Editor Chefe: Gustavo Raposo Pereira Feitosa
Início Publicação: 31/12/1991
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Direito

As Constituições são Legítimas?

Ano: 2011 | Volume: 16 | Número: 1
Autores: A. Marmor
Autor Correspondente: A. Marmor | [email protected]

Palavras-chave: Constitucionalismo. Legitimidade moral. Revisão judicial. Democracia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo critica o constitucionalismo sobre o ponto de vista de sua legitimidade moral. Para tanto, o Autor, na primeira parte, inicia expondo as principais características do constitucionalismo, que chama de “pacote constitucional”: supremacia normativa da constituição, revisão judicial, longevidade, rigidez, conteúdo bidimensional, generalidade/abstração. Na segunda parte, na qual é iniciada a análise crítica, o Autor argumenta que o propósito e o fundamento lógico do constitucionalismo, a saber, proteger alguns princípios do Estado e certos direitos morais e políticos do processo de decisão democrático ordinário, são frágeis no que diz com sua legitimidade moral, por duas razões básicas: o problema da vinculação de gerações futuras e o problema do pluralismo. Na terceira parte, o Autor explica, para depois criticar, quatro dos principais argumentos dos adeptos do constitucionalismo, a saber, os argumentos da oportunidade, da estabilidade, da prática e dos limites inerentes à regra da maioria, os quais estariam destinados a suplantar os dois problemas de
legitimidade moral ao constitucionalismo apresentados pelo Autor na segunda parte. Seguem, em resumo, duas conclusões, uma no campo da interpretação constitucional e outra no da estrutura constitucional.



Resumo Inglês:

The article criticizes constitutionalism from a standpoint of its moral legitimacy. To do so, Marmor begins by explaining the main elements of constitutionalism, which he calls “constitutional package”: normative supremacy, judicial review, longevity, rigidity, two-pronged content, and generality/abstraction. In the second section, in which the critic itself is initiated, the author argues that the purposes and the rationale of constitutionalism, vis., to shield certain principles
of government and moral/political rights from the ordinary decision making process, are hardly morally legitimate, for two main reasons: inter-generational issue and the problem of pluralism. In the third section, the Author explains, to criticize right after, four of the main arguments presented by the defenders of constitutionalism, viz., the argument from stability, from opportunity, from practice, and from the inherent limits of majority rules, which were supposedly directed to address the two main problems of moral legitimacy offered by the Author in the previous section. It follows, in short, two main conclusions, one in the domain of constitutional interpretation, another in the domain of constitutional design.