CONHECIMENTO POPULAR SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CEARÁ, BRASIL

SANARE - Revista de Políticas Públicas

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ISSN: 2317-7748
Editor Chefe: Maria Socorro de Araújo Dias
Início Publicação: 30/11/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva

CONHECIMENTO POPULAR SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CEARÁ, BRASIL

Ano: 2014 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: A. H. Teixeira, M. M. Bezerra, H. V. Chaves, D. R. Val, S.M. P. Filho, A. A. R. Silva.
Autor Correspondente: A. H. Teixeira | [email protected]

Palavras-chave: Etnofarmacologia; Fitoterapia; Plantas Medicinais.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A Organização Mundial de Saúde revela que 85% das pessoas do mundo utilizam plantas medicinais para tratar doenças. Estudos etnobotânicos caracterizam as realidades locais enfocando as interações das sociedades humanas e os recursos vegetais disponíveis. No Nordeste brasileiro, o uso de plantas medicinais como prática terapêutica é uma prática constante, o que permite a integração dos discursos científico e tradicional envolvendo os fatores culturais inerentes dessa região e sua interpretação. O presente estudo verificou o uso de plantas para fins medicinais no município de Sobral, Ceará. Para tanto, 58 pessoas foram entrevistadas na região central do município. Todos os participantes utilizam plantas medicinais rotineiramente para o tratamento de diferentes doenças. 25,8% dos informantes relataram fazer uso continuado de medicação alopata. Quarenta e uma espécies de plantas medicinais foram mencionadas pela população, sendo o boldo brasileiro (Coleusbarbatus) e a erva-cidreira (Melissa officinalis) as mais citadas. Observou-se, ainda, que a indicação do uso dessas plantas está relacionada ao tratamento de manifestações agudas e transitórias, como cólicas intestinais e cefaleia, e não associadas à medicação alopata para estes fins. Entretanto, os entrevistados afirmaram associar plantas medicinais à medicação alopata para o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial (46,66%) e diabetes (26,66%).



Resumo Inglês:

The World Health Organization discloses that 85% of the people in the world use medicinal plants to treat illnesses. Ethnobotanical studies characterize local realities focusing on interactions between human societies and available plant resources.In the northeast of Brazil, the use of medicinal plants in therapeutic practice is a constant practice which enables the integration of scientific and traditional discourseinvolving cultural factors inherent to this region and their interpretation. This current study assessed the use of plants for medicinal purposes in the municipality of Sobral, Ceará.For which, 58 people were interviewed in the central region of the municipality. All of the participants routinely used medicinal plants in the treatment of different illnesses. 25.8% of the informants reported continuous use of allopathic medicine.Forty-one species of medicinal plants were mentioned by the population, withfalse boldo (Coleusbarbatus) and lemon balm (Melissa officinalis) being the most quoted. It was also observed that the indication for the use of these plants is related to the treatment of acute and transitory manifestations, such as intestinal cramps and headaches, and not associated to the allopathic medication for these purposes. However, the interviewees asserted associating medicinal plants to allopathic medication for the treatment of chronic non-communicable diseases, such as arterial hypertension (46.66%) and diabetes (26.66%).