Comunicação e memória em textos de coletivos de teatro feminista no Brasil: Boneca de pano (SC, 2014) e Entre Nós: buzinas, chicotes e ácidos (CE, 2017)

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ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

Comunicação e memória em textos de coletivos de teatro feminista no Brasil: Boneca de pano (SC, 2014) e Entre Nós: buzinas, chicotes e ácidos (CE, 2017)

Ano: 2023 | Volume: 0 | Número: 55
Autores: Barbara Heller, Paula Garcia
Autor Correspondente: Paula Garcia | [email protected]

Palavras-chave: comunicação, cultura midiática, coletivos de teatro feminista, teatro amador, memória social

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Apesar de os movimentos feministas terem se iniciado há mais de cem anos no Brasil, ainda são poucos os grupos brasileiros que desenvolvem dramaturgia escrita por e para mulheres, ainda que se considere o teatro amador. Apresentamos neste artigo a análise de dois textos teatrais (ou roteiros), ainda inéditos: Boneca de pano, do coletivo de teatro catarinense (Em) Companhia de Mulheres, e Entre Nós: buzinas, chicotes e ácidos, do coletivo cearense Arremate de Teatro. Temos como objetivo compreender, ao compararmos essas duas narrativas teatrais, semelhanças e diferenças dos temas em pauta, considerando seus locais de produção, bem como suas origens. Partimos da hipótese de que narrativas teatrais redigidas por coletivos que se assumem feministas funcionam como um espaço autorizado de fala das brasileiras, de identificação e de ruptura de comportamentos herdados da cultura patriarcal. Confirmamos, a partir dos suportes teóricos sobre teatro, análise do discurso, estudos culturais, de gênero e memória social, que os dois textos em tela se apresentam como formas igualmente potentes de catarse, sensibilização e resistência à domesticação e à opressão a que as mulheres ainda são submetidas.



Resumo Inglês:

Although feminist movements began more than a hundred years ago in Brazil, there are still few Brazilian groups that develop dramaturgy written by and for women, even considering amateur theater. We present in this article the analysis of two theatrical texts (or scripts), still unpublished: Boneca de pano, by the Santa Catarina theater collective (Em) Companhia de Mulheres, and Entre Nós: buzinas, chicotes e ácidos, by the Ceará collective Arremate de Teatro. We aim to understand, when comparing these two theatrical narratives, similarities and differences of the themes in question, considering their places of production, as well as their origins. We start from the hypothesis that theatrical narratives written by collectives that consider themselves feminists function as an authorized space for Brazilian women to speak, for the identification and rupture of behaviors inherited from the patriarchal culture. We confirm, based on the theoretical frame of theater, discourse analysis, cultural studies, gender studies and social memory, that the two texts under analysis present themselves as equally potent forms of catharsis, sensitization and resistance to the domestication and oppression to which women are still submitted.