Composição corporal por bioimpedanciometria tetrapolar de pacientes pediátricos com fibrose cística, Espírito Santo, 2022

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Composição corporal por bioimpedanciometria tetrapolar de pacientes pediátricos com fibrose cística, Espírito Santo, 2022

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Luana da Silva Baptista Arpini1, Fernanda Mayrink Gonçalves Liberato2, Vanessa Maria de Castro3, Drielly Fernanda de Souza4, Roberta de Cássia Cruz Melotti5, Sabrina da Silva Santos6, Gina Torres Rego Monteiro7
Autor Correspondente: Luana da Silva Baptista Arpini | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, avaliação nutricional, composição corporal

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A massa magra corporal (muscularesquelética) está associada à força muscular do indivíduo, enquanto o aumento do tecido adiposo pode levar a morbidades cardiovasculares. A avaliação do estado nutricional em crianças e adolescentes, na fibrose cística (FC), deve ser feita pelo índice de massa corporal para idade (IMC/I), sendo valores mais elevados associados a melhor prognóstico da doença.

OBJETIVO: Descrever o perfil nutricional, com base no IMC/I e na composição corporal, de crianças e adolescentes com FC atendidos em um centro de referência.

METODOLOGIA: Estudo descritivo dos menores de 18 anos, com confirmação diagnóstica de FC, atendidos em um centro de referência em 2022, respeitando a norma 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O estado nutricional foi avaliado com base nos resultados do último exame de bioimpedância elétrica tetrapolar registrado em prontuário no ano de 2022, considerando ao percentual de massa magra (%MM) e de gordura (%MG) de acordo com sexo, idade e altura. O teste é realizado nas consultas regulares em todos os pacientes a partir de 3 anos, desde que sejam seguidas as recomendações pré-teste e que a criança consiga assumir a postura exigida durante os exames. Foi realizada uma análise descritiva foi utilizada e o teste qui-quadrado para comparação da composição corporal entre os sexos e categorias de IMC/I.

RESULTADOS: Todos os pacientes elegíveis, tinham ao menos um registro do exame no prontuário e foram inseridos no estudo (n=57), sendo 50,9% do sexo feminino. Em relação ao IMC/I observou-se média e mediana de 16 kg/m2 (12,5 – 26,3 kg/m2). A maioria apresentava IMC/I adequado (77,2%), enquanto 10,5% estavam abaixo do recomendado para a idade. Quanto à composição corporal, 64,9% e 63,2% apresentaram %MG e %MM normais para idade, respectivamente. 21,1% apresentaram %MG acima e, 33,3%, %MM abaixo do recomendado para idade. Além disso, dos indivíduos com %MM abaixo do recomendado, 26,3% apresentavam %MG elevado. E dos que apresentavam %MM elevada, nenhum apresentou %MG aumentada, apesar de 50% ter apresentado o IMC/I elevado. Na comparação entre as médias, não foi observada diferença estatisticamente significante entre os sexos e o %MG ou %MM. Entretanto, houve diferença entre as categorias de IMC tanto para %MG (p = 0,003) quanto para %MM (p = 0,016).

CONCLUSÃO: O IMC/I normal não prediz estado nutricional esteja adequado em fibrose cística, bem como, o IMC/I acima do recomendado pode estar relacionado ao aumento de massa magra e não exclusivamente excesso de gordura. Portanto, apesar do IMC/I ser um índice amplamente utilizado, na fibrose cística o estudo da composição corporal é imprescindível para avaliação do estado nutricional e estabelecimento de conduta dietoterápica.