Como no princípio: as formas da violência em El infinito en la palma de la mano, de Gioconda Belli

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ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Como no princípio: as formas da violência em El infinito en la palma de la mano, de Gioconda Belli

Ano: 2018 | Volume: 14 | Número: 26
Autores: Rosane Cardoso
Autor Correspondente: R. Cardoso | [email protected]

Palavras-chave: coincidentia oppositorum, violência, rivalidade mimética, El infinito en la palma de la mano

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Deus, ao criar o mundo, impôs ordem ao caos. Depois, fez o homem cuja obediência era a condição para perpetuar-se no paraíso. Mas o pecado infunde outra vez a desordem à terra. Este artigo discute a violência em El infinito en la palma de la mano, de Gioconda Belli. Ao elaborar uma leitura sobre a perda do paraíso, a escritora nicaraguense reconstrói o rito sacrificial por que passam Adão e Eva, enquanto se apercebem do significado do conhecimento do mundo e de si. A narrativa belliana se alicerça na dualidade entre criador e criatura, masculino e feminino, vida e morte. Essa duplicidade pode ser lida a partir do que Mircea Eliade denomina de coincidentia oppositorum, identificadora da condição humana. Por um lado, esse processo é marcado, na obra, pela violência que se estabelece a partir da rivalidade mimética (René Girard) representada pelo cainismo. Por outro, a violência é uma latência nascida na expulsão de Adão e Eva e perpetuada na culpa dos pais, na rebeldia dos filhos e na relação deles com o Criador.



Resumo Inglês:

God, when creating the world, imposed order to chaos. Then, He created mankind, whose obedience was the condition to perpetuate their stay in paradise. But sin once again infused Earth with disorder. This article discusses the violence in El infinito en la palma de la mano, by Gioconda Belli. When elaborating a reading on the loss of paradise, the Nicaraguan writer reconstructs the sacrificial rite that Adam and Eve go through, as they realize the meaning of knowing the world and themselves. The bellian narrative is based on the duality between creator and creature, masculine and feminine, life and death. This duplicity can be perceived from what Mircea Eliade calls coincidentia oppositorum, identifier of the human condition. On the one hand, this process is marked, in the book, by the violence established from the mimetic rivalry (René Girard) represented by cainism. On the other hand, the violence is a latency born in the banishment of Adam and Eve and perpetuated in the guilt of the parents, the rebellion of the children and their relationship with the Creator.