Como criar uma paisagem em ruínas? Deslocamentos, desconstruções e a insistência de pensar a Educação Ambiental no Antropoceno

Quaestio

Endereço:
Rodovia Raposo Tavares, km 92,5 - Vila Artura
Sorocaba / SP
18023000
Site: http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/quaestio/index
Telefone: (15) 2101-2004
ISSN: 2177-5796
Editor Chefe: Alda Regina Tognini Romaguera
Início Publicação: 06/05/1999
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

Como criar uma paisagem em ruínas? Deslocamentos, desconstruções e a insistência de pensar a Educação Ambiental no Antropoceno

Ano: 2019 | Volume: 21 | Número: 1
Autores: Shaula Maíra Vicentini de Sampaio
Autor Correspondente: Shaula Maíra Vicentini de Sampaio | [email protected]

Palavras-chave: educação ambiental, pós-estruturalismo, antropoceno

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este ensaio é sobre o processo de criar ruínas – por meio do radical estranhamento com relação a discursos que nos são caros, familiares e confortáveis – e passar a [gostar de] habitá-las. As ruínas criadas são o resultado de deslocamentos e desconstruções que efetuados por estudos afinados com perspectivas teóricas pós-estruturalistas. A proposta consiste em favorecer a invenção de outras paisagens em Educação Ambiental, nas quais não nos sintamos tão seguros, mas que talvez por isso mesmo sejam instigantes e desafiadoras por permitirem uma sensação de desorientação e desfamiliarização. A Educação Ambiental é constituída e marcada por verdades e certezas, tanto provindas do campo da educação quanto do que poderíamos chamar de “metanarrativas ambientais” – as verdades ambientais que nos interpelam. A fim de imprimir rasuras e instalar fissuras nessas metanarrativas, foram focalizadas provocações, ideias explosivas, vindas de dois “lugares” diferentes: a desconstrução dos conceitos de meio ambiente e natureza feita por Bruno Latour e colaboradores; e as mordazes críticas aos discursos ambientalistas feitas em um vídeo pelo filósofo Slavoj Žižek. A partir dessa insólita combinação, acredita-se ter provocado alguns desmoronamentos, algumas rachaduras, produzindo, quiçá, espaços vazios que venham a ser ocupados de formas inventivas pelos educadores ambientais.



Resumo Inglês:

This text is about the process of creating ruins – through the radical estrangement regarding speeches we hold dear, as for they are familiar and comfortable – and start [and enjoy] inhabiting them. The ruins created are the result of displacements and deconstructions which have been honed by studies in tune with post-structuralist theoretical perspectives. The proposal is to facilitate the invention of other landscapes in environmental education, in which one does not feel so safe, but perhaps, for that reason, such landscapes can be exciting and challenging as they lead to a feeling of disorientation and defamiliarization. Environmental education is organized and marked by truths and certainties, both from the education field (educational metanarratives), and from what we might call "environmental metanarrative", that is, environmental truths that circle around and reach us. In order to print erasures and cleave these metanarratives, some provocations and explosive ideas were focused on, coming from two different "places": the deconstruction of the concepts of environment and nature carried out by Bruno Latour and collaborators, and the scathing criticism of environmental discourses by the philosopher Slavoj Žižek. From this unusual combination one might expect to have triggered landslides, some clefts, resulting, perhaps, in empty spaces that will be occupied through inventive ways by environmental educators.



Resumo Espanhol:

Este ensayo trata del proceso de crear ruinas – por medio del radical extrañamiento respecto a los discursos que nos son caros, familiares y cómodos – y pasar a [disfrutar de] habitarlas. Las ruinas producidas resultan de desplazamientos y desconstrucciones efectuados por estudios afinados con perspectivas teóricas posestructuralistas. La propuesta consiste en favorecer la invención de otros paisajes en Educación Ambiental, en los cuales no nos sintamos tan seguros, pero que tal vez por esa misma razón sean instigadores y desafiadores al permitir una sensación de desorientación y desfamiliarización. La Educación Ambiental es constituida y marcada por verdades y certezas, tanto provenientes del campo de la educación como de lo que podríamos denominar “metanarrativas ambientales” – las verdades ambientales que nos interpelan. Con el fin de imprimirles cortes e instalar fisuras en esas metanarrativas, se han focalizado provocaciones, ideas explosivas, oriundas de dos “lugares” diferentes: la desconstrucción de los conceptos de medio ambiente y naturaleza planteada por Bruno Latour y colaboradores; y las mordaces críticas a los discursos ambientalistas hechas en un vídeo por el filósofo Slavoj Žižek. A partir de esa insólita combinación, se cree haber provocado algunos desmoronamientos, algunas grietas, produciendo, a lo mejor, huecos que se puedan ocupar de formas inventivas por los educadores ambientales.