A Colonização Oriental e os processos de reformulação rural em Brandemburgo (séculos XII–XIV)

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ISSN: 2238-9717
Editor Chefe: Samira Peruchi Moretto
Início Publicação: 02/05/1990
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: História

A Colonização Oriental e os processos de reformulação rural em Brandemburgo (séculos XII–XIV)

Ano: 2020 | Volume: 1 | Número: 35
Autores: A. M. Ferreira
Autor Correspondente: A. M. Ferreira | [email protected]

Palavras-chave: Colonização Oriental (Ostsiedlung); senhorio; assentamentos rurais; Marca de Brandemburgo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Talvez a mais importante mudança promovida pela Colonização Oriental (Ostsiedlung) tenha sido a difusão e a consolidação do regime senhorial, que transformou a paisagem rural além do Rio Elba. O típico vilório eslavo foi superado pela aldeia planejada, que era mais populosa, mais dependente de cerealicultura, organizada em lotes (mansus) e empregava rotação de campos. A partir da análise de fontes escritas (sobretudo o censual de 1375 a mando do Sacro Imperador Carlos IV e de documentos cartoriais compilados no Codex Diplomaticus Brandenburgensis) bem como dos estudos arqueológicos disponíveis na literatura, procuraremos esquadrinhar os dois principais processos de transformação do espaço rural em Brandemburgo: a absorção dos vilórios eslavos pelas aldeias cerealíferas alemãs e a reestruturação endógena dos assentamentos eslavos em aldeias cerealíferas de feitio alemão. Nossa hipótese principal é que os assentamentos eslavos cerealíferos foram aqueles que, por suas homologias estruturais, sofreram mais precoce e intensamente as influências da aldeia alemã, promovendo no seu bojo a germanização dos nativos, enquanto os vilórios extrativistas puderam ocupar nichos econômicos onde a hegemonia germânica não se fazia sentir e puderam resistir por mais tempo à aculturação. Uma hipótese secundária é que a aculturação dos eslavos dentro da aldeia alemã foi favorecida por sua presença significativa como cabaneiros, posição social inferior derivada, sobretudo, de limitações materiais para a exploração plena como cerealicultor. Concluímos pela importância de se entender, para o medievo e além, os processos de aculturação no seu vínculo com a resistência camponesa à senhorialização. 



Resumo Inglês:

Perhaps the most important change brought about by the German East Colonization (Ostsiedlung) was the diffusion and consolidation of the manor beyond the Elbe. The typical Slavic hamlet was superseded by the German planned village, which was more populous, more dependent on cereal farming, was organized in hides and employed croprotation. By means of written sources (especially the 1375 manorial survey at the behest of the Holy Emperor Carl IV and notarial acts in the Codex Diplomaticus Brandenburgensis) as well as archaeological studies, we will look upon the two main processes of transformat ion of the Brandenburg country: the incorporation of the Slavic hamlets into the German villages and the endogenous restructuring of the Slavic cereal farming settlements in to German-style villages. Our primary hypothesis is that the Slavic cereal farming settlements, due to structural homologies, suffered influences from the German villages earlier and more intensely than the fishing and extractivist hamlets which, occupying a different economic and ecological niche, managed to resist acculturation for a longer time. A secondary hypothesis is that the acculturation within the German village was speeded up by the significant presence of Slavs as cotters. We conclude stressing, for the Middle Ages and even latter centuries, the im portance of understanding acculturation in connection with peasant resistance to manorialism.