A Colonialidade nas Práticas de Saúde e as Resistências de Benzedeiras e Mães de Santo

Mediações

Endereço:
Depto. de Ciências Sociais/Centro de Letras e Ciências Humanas Universidade Estadual de Londrina - Campus Universitário
Londrina / PR
Site: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes
Telefone: (43) 3371-4456
ISSN: 2176-6665
Editor Chefe: Raquel Kritsch
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Sociologia

A Colonialidade nas Práticas de Saúde e as Resistências de Benzedeiras e Mães de Santo

Ano: 2020 | Volume: 25 | Número: 2
Autores: Josiane Carine Wedig, João Daniel Dorneles Ramos
Autor Correspondente: Josiane Carine Wedig, João Daniel Dorneles Ramos | [email protected]

Palavras-chave: Colonialidade; Saberes e práticas tradicionais de saúde; Benzedeiras; Mães de santo. Cosmopolítica.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo discute as formas de resistências de mulheres que realizam práticas de cura e de saúde que consistem em modos alternativos à prática hegemônica da medicina ocidental imposta aos corpos pela colonialidade do poder, do saber e do ser. Tal análise baseia-se na realização de pesquisa etnográfica em dois diferentes contextos, a saber, com mães de santo de dois terreiros afrorreligiosos, no Rio Grande do Sul, e com benzedeiras integrantes do Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA), no Paraná. Propomos a discussão, a partir do que essas mulheres evocam e realizam, de modos de saber-fazer que evidenciam rupturas ao modelo ocidental-patriarcal de produção de conhecimento sobre os corpos e sobre a saúde. Suas práticas e conhecimentos de cura, dinamizados nesses dois contextos etnográficos, produzem relações intensas com humanos e não humanos (plantas, água, terra, animais, orixás, santos populares, monges etc.), em que entes diversos atuam como intensidades e potências relacionais. Benzedeiras e mães de santo reivindicam o reconhecimento de suas práticas religiosas e de cura que, historicamente, foram discriminadas, censuradas, vigiadas e reprimidas pelo Estado, como nos casos em que afrorreligiosos/as eram perseguidos/as e as benzedeiras e curandeiras detidas sob a acusação de realizarem atividades ilegais de cura.