A censura, tanto régia quanto inquisitorial, à circulação de livros, não foi suficiente para conter a ânsia por leitura dos colonos brasileiros. Apesar da ameaça concreta que a Inquisição representou, livros circulavam pela colônia em um número superior ao que até então se supunha. Escondidos nos navios, em meio às mercadorias destinadas ao comércio local, os livros cruzavam os mares e, ao chegar ao Brasil, eram objeto de disputa entre a população. O tráfico de livros e ideias possibilitaram uma consciência relativa das realidades política e religiosa impostas à colônia e representou o primeiro passo, mesmo que tímido, na construção de uma inteligência brasileira.
The censorship of the Church and the Iberian Monarchy of books circulation was not capable to stop the desire for reading in the Brazilian colony. In spite of the concrete threat from the Inquisition, books existed among the old and new Christians. Books crossed the sea hidden in the ships, mixed with the products for the local commerce, and were disputed by the readers. The traffic of books and ideas created a relative consciousness of the political and religious reality imposed to the colony and represented the first step, even though a shy one, in the construction of the Brazilian intelligentsia.