As feiras livres se desenvolvem geralmente em áreas periféricas das cidades latino-americanas, resultando da resistência da pequena produção agrícola frente à urbanização e o rural neoliberal que marcam a atual fase da colonialidade no continente latino-americano. Nestas áreas, pobreza urbana e pobreza rural formam nexos territoriais que possibilitam a sobrevivência destas populações e de sua cultura, por dentro do capitalismo periférico. O artigo tem como objetivo analisar o fenômeno das feiras livres a partir do caso singular da “Feira do Produtor e Atacadista de Ceilândia”, na cidade de Brasília-DF. Metodologicamente, utilizamos o conceito de patrimônio-territorial e a teoria dos circuitos da economia urbana para revisar os dados empíricos, levantados por meio de entrevistassemiestruturadas e observação direta. Identificamos que a referida feira constitui ponto de articulação de processos de resistência e reafirmação da cultura popular, propiciando trabalho e consumo para parte da população marginalizada na periferia da capital do Brasil.
Wholesale markets develop generally in peripheral areas of Latin American cities, resulting from the resistance of small agricultural production against urbanization and the neoliberal rurality that mark the current phase of coloniality in the Latin American continent. In these areas, urban poverty and rural poverty form territorial nexus that enable the survival of these populations and their culture, within peripheral capitalism. The article aims to analyze the phenomenon of wholesale markets from the singular case of the “Feira do Produtor e Atacadista de Ceilândia”, in the city of Brasília-DF. Methodologically, we utilize the concept of territorial heritage and the theory of circuits of urban economy to review the empirical data, collected through semi-structured interviews and direct observation. We identified that the aforementioned fair constitutes a point of articulation for processes of resistance and reaffirmation of popular culture, providing work and consumption for part of the marginalized population in Brazil’s capital periphery.
Las ferias libres se desarrollan generalmente en áreas periféricas de las ciudades latinoamericanas, resultado de la resistencia de la pequeña producción agrícola frente a la urbanización y el campo neoliberal que marcan la fase actual de colonialidade en el continente latinoamericano. En estas áreas, la pobreza urbana y la pobreza rural forman nexos territoriales que permiten la supervivencia de estas poblaciones y su cultura, en el interior del capitalismo periférico. El artículo tiene como objetivo analizar el fenómeno de las ferias libres desde el caso singular de la “Feira do Produtor e Atacadista de Ceilândia”, en la ciudad de Brasilia-DF. Metodológicamente, utilizamos lo concepto de patrimonio territorial y la teoría de circuitos de la economía urbana para revisar los datos empíricos, recolectados a través de entrevistas semiestructuradas y observación directa. Identificamos que la mencionada feria constituye punto de articulación para procesos de resistencia y reafirmación de la cultura popular, propiciando trabajo y consumo a parte de la población marginada de la periferia de la capital de Brasil.