Este artigo pretende problematizar a imagem que os suplementos semanais de cultura criam de
si mesmos, e como esse processo contribui para a construção da identidade do periódico que os
abriga, já que esses se encontram numa zona de interseção entre os campos jornalÃstico e da
produção cultural. Sendo o jornalismo uma forma de conhecimento e de textualização da realidade,
acaba por adquirir uma função de nomear e reconhecer as produções intelectual e artÃstica, enquanto
o campo de produção encontra no jornalismo um lugar de visibilidade. Nessa dinâmica, o exemplo
do Caderno de Sábado do Correio do Povo (Porto Alegre, 1967-1981) é bastante elucidativo, pois
servia para agregar poder simbólico ao jornal. Para detectar tal viés, foi utilizada a Análise de Discurso
de linha francesa em textos onde o suplemento fala de si, a fim de perceber que imagem
deixava transparecer.
This article intends to problematize the image weekly cultural supplements create of themselves
and how this process contributes to the construction of the image of the periodical that contains
them, as they are in an intersection zone between the journalistic and the cultural production fields.
Being journalism a form of knowledge and of textualizing reality, it ends up having the function of
naming and recognizing artistic and intellectual production, while the cultural production field finds in
journalism a place for visibility. In this dynamics, Correio do Povo’s Caderno de Sábado (Porto Alegre,
1967-1981) is quite clarifying, as it was a mean of accumulating symbolic power to the newspaper.
To assess such bias, French discourse analysis was used in texts in which the supplement talks
about itself to find out what image emerged from there.