A biopolítica em ação: gerenciando o risco da anormalidade surda

Revista Conhecimento Online

Endereço:
RS-239, 2755
Novo Hamburgo / RS
Site: http://www.feevale.br/revistaconhecimentoonline/
Telefone: (51) 3586-8800
ISSN: 21768501
Editor Chefe: Gustavo Roese Sanfelice
Início Publicação: 31/08/2009
Periodicidade: Semestral

A biopolítica em ação: gerenciando o risco da anormalidade surda

Ano: 2012 | Volume: 4 | Número: 1
Autores: Kamila Lockmann
Autor Correspondente: Kamila Lockmann | [email protected]

Palavras-chave: surdez, patologização, normalização, biopolítica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esse trabalho apresenta uma investigação que analisou os discursos sobre a inclusão escolar, materializados em relatórios avaliativos de alunos surdos, incluídos em quatro escolas localizadas em Novo Hamburgo – RS. Para isso aproximo-me do Campo dos Estudos Culturais, principalmente aqueles de uma vertente pós-estruturalista que procura agregar contribuições do pensamento foucaultiano. As análises realizadas nesse trabalho mostram discursos que entendem a surdez como uma patologia, e junto com isso, apresentam estratégias de normalização que a escola coloca em funcionamento. Tal pesquisa me possibilitou entender a inclusão escolar como uma ação biopolítica de gerenciamento do risco social. Entendo a biopolítica como uma tecnologia que direciona seus esforços para a manutenção social, desenvolvendo estratégias que controlam os diferentes riscos e ameaças que a anormalidade causa para população. Tais estratégias normalizam formas de ser e estar no mundo, apagando e silenciando qualquer forma de outridade. Neste sentido, pode-se dizer que a escola apaga, silencia e obscurece as diferenças que teimam em se fazer presentes em um espaço que se reafirma diariamente como estriado. Porém, é necessário destacar que estes fluxos desviantes, ou seja, aquilo que escapa da mesmidade – a diferença – não pode ser controlada, ela sempre nos escapa, escorrega e brinca conosco.