AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DE QUATRO POPULAÇÕES DE Astyanax asuncionensis (Teleostei, Characiformes) DA BACIA DO RIO PARAGUAI.

Evolução e Conservação da Biodiversidade

Endereço:
Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, UFV - Campus de Rio Paranaíba, Rodovia BR 354, km 310, Cx Postal 22
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Site: http://www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb
Telefone: (34)3855-9023
ISSN: 22363866
Editor Chefe: Rubens Pazza
Início Publicação: 30/04/2010
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Biologia geral

AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DE QUATRO POPULAÇÕES DE Astyanax asuncionensis (Teleostei, Characiformes) DA BACIA DO RIO PARAGUAI.

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Rodrigo Desordi, Denis Glauber da Silva Reis, Karine Frehner Kavalco, Rubens Pazza.
Autor Correspondente: Rodrigo Desordi | [email protected]

Palavras-chave: Astyanax, morfometria, isolamento de populações

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O isolamento de populações de peixes nos diversos cursos d’água da região Neotropical é um
fator importante na diversificação deste grupo de vertebrados. Dentre os grupos mais diversos
na ordem Characiformes, destaca-se o gênero Astyanax, que compreende pequenos peixes
conhecidos popularmente como lambaris ou tetras e que habitam diferentes sistemas aquáticos
desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, muitos deles em pequenos riachos.
Astyanax asuncionensis por sua vez, faz parte de um grupo de espécies que apresentam como
característica marcante uma mancha ovalada na região humeral e encontram-se distribuídos
pela bacia do rio Paraguai (baixo Paraná). Exemplares de A. asuncionensis provenientes de
quatro populações alopátricas da bacia do rio Paraguai foram capturados e medidos utilizandose
paquímetro digital com precisão de 0,01mm. Foram tomadas as seguintes medidas:
comprimento padrão, comprimento da cabeça, distância pré-dorsal, distância pré-pélvica,
distância pré-anal, altura da origem da dorsal, altura do pedúnculo caudal, comprimento da
base da anal, comprimento da base da dorsal, comprimento da base da pélvica, comprimento
da base da peitoral, altura da cabeça, comprimento do focinho, diâmetro do olho, distância
interorbital e comprimento do maxilar. Os dados foram submetidos a uma normalização para
eliminar as variações de tamanho intrapopulacionais (Size-free) e analisados utilizando-se CVA
(Análise de Variáveis Canônicas) e Neighbour-Joining com base na distância Euclidiana. Para as
análises estatísticas utilizou-se o software PAST v2.0. Os dois primeiros componentes
acumularam 98,5% da variação obtida. A CVA e a Neighbour-Joining evidenciaram a separação
das quatro populações como entidades distintas, sendo mais próximas as populações de
Dourados (rio Miranda) e Cáceres (rio Jauru), isolando a população de Coxim (rio Taquari). Os
resultados obtidos são congruentes com os dados referentes ao grupo Astyanax bimaculatus,
ao qual A. asuncionensis pertence, onde as populações apresentam-se bem estruturadas e
diferenciadas entre si. Por sua vez, os resultados sugerem que pelo menos a população de
Coxim possa se tratar de uma espécie diferente. Adicionalmente, corrobora-se o fato de que
populações mais distantes (no caso, Dourados e Cáceres) podem ser mais semelhantes entre si
do que populações mais próximas (Cáceres e Cuiabá, por exemplo) e sujeitas a uma
diferenciação comportamental. De qualquer modo, o isolamento destas populações foi
suficiente para que cada uma delas demonstrasse características próprias.