Avaliação e manejo da dor em pacientes idosos com e sem demência

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ISSN: 0004282X
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Início Publicação: 31/05/1943
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Medicina

Avaliação e manejo da dor em pacientes idosos com e sem demência

Ano: 2011 | Volume: 69 | Número: 2
Autores: Daniel Ciampi de Andrade, Jose Weber Vieira de Faria, Paulo Caramelli, Luciana Alvarenga, Ricardo Galhardoni, Silvia R.D. Siqueira, Lin T. Yeng, Manoel Jacobsen Teixeira
Autor Correspondente: Daniel Ciampi de Andrade | [email protected]

Palavras-chave: idoso, doença de alzheimer, comprometimento cognitivo, dor crônica, avaliação da dor

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Dor persistente é um problema de saúde frequente no idoso e sua prevalência varia de 45 a 80%. Doenças crônicas, como depressão, distúrbios cardiovasculares, câncer e osteoporose tem alta prevalência em indivíduos idosos e aumentam o risco de desenvolver dor crônica. Nestes indivíduos, a presença de dor está associada a distúrbios do sono, prejuízo funcional, diminuição da sociabilidade e maior procura dos serviços de saúde, com o consequente aumento dos custos de saúde. Pacientes com Alzheimer têm uma capacidade discriminativa dolorosa normal e uma experiência afetiva e emocional da dor mais atenuada quando comparados com outros tipos de demência. Muitos pacientes têm déficits de linguagem e não podem descrever adequadamente as características de sua dor. Em casos avançados, torna-se difícil determinar se a dor está realmente presente ou não. Desta forma, a avaliação destes doentes deve ser realizada de forma sistemática. Há três formas de se avaliar a dor: questionários diretos, observação direta do comportamento ou entrevistas diretas com os cuidadores ou informantes. Nos últimos anos muitas escalas e questionários para dor foram publicados e validados especificamente para a população idosa. Alguns são específicos para pacientes com declínio cognitivo, permitindo que a evolução da dor possa ser conduzida de uma forma estruturada e reprodutível. O passo seguinte é se determinar o tipo de síndrome dolorosa e se discutir as bases do manejo farmacológico. O uso de múltiplas medicações e a presença de comorbidades exige o uso de pequenas doses e impõem contra-indicações para algumas classes de drogas. A abordagem multidisciplinar é a regra no seguimento a longo prazo destes doentes.



Resumo Inglês:

Persistent pain is a frequent health problem in the elderly. Its prevalence ranges from 45% to 80%. Chronic diseases, such as depression, cardiovascular disease, cancer and osteoporosis have a higher prevalence in aged individuals and increase the risk of developing chronic pain. The presence of pain is known to be associated with sleep disorders in these patients, as well as functional impairment, decreased sociability and greater use of the health system, with consequent increase in costs. Alzheimer’s disease patients seem to have a normal pain discriminative capacity and they may probably have weaker emotional and affective experience of pain when compared to other types of dementia. Many patients have language deficits and thus cannot properly describe its characteristics. In more advanced cases, it becomes even difficult to determine whether pain is present or not. Therefore, the evaluation of these patients should be performed in a systematic way. There are three ways to measure the presence of pain: by direct questioning (self-report), by direct behavioral observation and by interviews with caregivers or informants. In recent years, many pain scales and questionnaires have been published and validated specifically for the elderly population. Some are specific to patients with cognitive decline, allowing pain evaluation to be conducted in a structured and reproducible way. The next step is to determine the type of painful syndrome and discuss the bases of the pharmacological management, the use of multiple medications and the presence of comorbidities demand the use of smaller doses and impose contra-indications against some drug classes. A multiprofessional approach is the rule in the management of these patients.