Avaliação e gestão da pesca do parati Mugil curema (Valencienne, 1836) (Mugilidade) no litoral sul do estado de São Paulo

Brazilian Journal Of Biology

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ISSN: 15196984
Editor Chefe: Takako Matsumura-Tundisi
Início Publicação: 31/12/1940
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Biologia geral

Avaliação e gestão da pesca do parati Mugil curema (Valencienne, 1836) (Mugilidade) no litoral sul do estado de São Paulo

Ano: 2011 | Volume: 71 | Número: 3
Autores: Mendonça JT, Bonfante TM
Autor Correspondente: Mendonça JT | [email protected]

Palavras-chave: cpue, parati, mugil curema, pesca artesanal, são paulo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No Complexo Estuarino Lagunar de Cananeia-Iguape-Paranaguá ocorre uma intensa atividade pesqueira, principalmente
artesanal, tendo o parati (Mugil curema) um dos recursos pesqueiros, sendo capturado geralmente com redes de emalhe
e cercos-fixos. O presente trabalho visa caracterizar a pesca do Mugil curema, trazendo subsídios para o ordenamento
de sua exploração. O trabalho foi desenvolvido com os dados de desembarque no município de Cananeia, no período
de 1995 a 2009. Utilizaram-se dados de produção, esforço pesqueiro e CPUE para avaliar a evolução das capturas, e
a rede de emalhe foi descrita através de entrevistas com os pescadores de 16 comunidades de Cananeia. A pesca de
parati despertou interesse dos pescadores da região a partir da década de 1980, sendo atualmente um dos principais
produtos pesqueiros da pesca artesanal estuarina no litoral sul de São Paulo. Seus maiores desembarques ocorrem nos
meses quentes, tanto com redes de emalhe, como outro aparelho de pesca denominado de “cerco-fixo”. As maiores
capturas ocorrem no período de desova da espécie entre os meses de outubro a abril. A diferença no período de maiores
desembarques entre os aparelhos de pesca ocorreu principalmente devido a preferências comerciais e por causa da
estrutura do aparelho. De acordo com os índices de abundância utilizados o recurso está em sobre-pesca, devido ao
progressivo aumento do esforço pesqueiro, assim sugere-se que sejam tomadas medidas para controle do esforço
pesqueiro, como permissões especiais para pescadores trabalharem na pesca do parati, principalmente com redes de
emalhe. As atuais medidas de ordenamento não atendem os pescadores, nem a preservação do recurso, tendo de ser
revistas de maneira participativa entre os órgãos gestores e o setor pesqueiro, garantindo maior legitimidade e sucesso
na sustentabilidade da atividade.



Resumo Inglês:

There is intense fishing activity, mainly artisanal, in the Cananéia, Iguape and Ilha Comprida Estuarine System. White
mullet (Mugil curema) is one of the local fishery resources and is usually caught with gillnets and fish traps. This study
aimed to characterise the Mugil curema fisheries thereby underpinning the management of the species in the region.
The study was developed with data collected from landings in the town of Cananéia, São Paulo state, Brazil, from 1995
to 2009. Production data, fishing effort and CPUE were used to assess the evolution of captures. The gillnets were
characterised by interviewing fishermen from 16 communities in Cananéia. White mullet fishery has aroused the interest
of fishermen in the region since the 80s and today it is one of the main products of artisanal estuarine fishery off the
south coast of São Paulo. The major landings occur in the warmer months with fish traps and gillnets being the main
fishing gear used. The largest catches occur in the spawning months of the species from October to April. The highest
landings varied according to different fishing gear, showing differences primarily due to trade preferences and to the
structure of the fishing gear. According to the index of abundance used in this study, the resource is overfished due to
the progressive increase in fishing effort, so it is suggested that measures should be taken to control fishing effort, such
as special fishing permits to catch white mullet, especially with gillnets. The current management measures neither
meet the needs of fishermen nor the preservation of the resource, and must be reviewed in a participatory way with
management agencies and the fishery sector, ensuring greater legitimacy and success in the sustainability of the activity.