AVALIAÇÃO DA QUANTIDADE E DA ATIVIDADE MICROBIANA EM SOLOS DE MATA DO CERRADO E EM CULTIVO DE Coffea arábica.

Evolução e Conservação da Biodiversidade

Endereço:
Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, UFV - Campus de Rio Paranaíba, Rodovia BR 354, km 310, Cx Postal 22
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38810-000
Site: http://www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb
Telefone: (34)3855-9023
ISSN: 22363866
Editor Chefe: Rubens Pazza
Início Publicação: 30/04/2010
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Biologia geral

AVALIAÇÃO DA QUANTIDADE E DA ATIVIDADE MICROBIANA EM SOLOS DE MATA DO CERRADO E EM CULTIVO DE Coffea arábica.

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Fernando Couto de Araújo, Diego Tolentino de Lima, André Santana Andrade, Fábio Martins Campos, Marlon Correa Pereira, Cláudio Pagotto Ronchi
Autor Correspondente: Fernando Couto de Araújo | [email protected]

Palavras-chave: Atributos biológicos, bactérias, fungos, respiração basal

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os microorganismos do solo desempenham, em grande parte, papel fundamental para a
manutenção e produtividade de vários agroecossistemas, pelo processo de transformação da
matéria orgânica. O uso do solo na agricultura, após retirada da vegetação natural, tem
freqüentemente mostrado alterações na população e na atividade microbiana, as quais são
dependentes das condições do solo, do clima, do tipo de cultura e das práticas culturais
adotadas. Objetivou-se neste trabalho avaliar as alterações na quantidade e na atividade
microbiana do solo, como possíveis indicadores das alterações na qualidade do solo devido às
práticas culturais adotadas no cultivo de café, em relação à mata de cerrado nativo. Para a
avaliação da atividade microbiana, foi montado em campo, no município de Rio Paranaíba-MG,
um sistema de respiração basal, determinada pelo CO2 evoluído em uma área de 187,2 cm2
isolada com um recipiente plástico, extraído com solução de NaOH 0,5 mol.L-1 e titulado com
HCl 0,25 mol.L-1, às 27, 49, 72 e 89 horas após a montagem em campo. Foram avaliadas três
repetições em cada tratamento: na linha de plantio de café sem irrigação e na mata do cerrado.
Para a amostragem do solo, classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo, foram coletadas
cinco amostras simples de 0 a 7 cm para compor uma amostra composta por tratamento. Desta
foi retirado 1 g de solo e feito o plaqueamento de diferentes diluições em três repetições, sendo
ágar nutriente o meio para bactérias e BDA com amoxilina para fungos. A contagem de
unidades formadoras de colônias (UFC) de bactérias e fungos foi realizada 22 e 42 horas após,
respectivamente. A área com café apresentou 1,56x105 e 1,13x104 UFC/g de solo e o cerradão
apresentou 2,03x105 e 3,27x104 UFC/g de solo, respectivamente para bactérias e fungos,
mostrando significativa redução na microbiota do solo devido ao cultivo com café, pelo teste t;
P<0,05. Os maiores números de microorganismos na área de cerradão podem ser explicados
pelo ambiente mais estável, sem revolvimento do solo, com presença de cobertura vegetal na
superfície o ano todo, propiciando menor variação de temperatura e umidade. A respiração
acumulada dos microorganismos foi estatisticamente igual nos solos com café e cerradão (16,29
e 14,49 g de CO2/m2, respectivamente), pelo teste t; P>0,05. A relação da respiração por
biomassa microbiana foi maior no solo cultivado com café. Isso se deve ao ambiente com pH
mais favorável e com maior disponibilidade de nutrientes resultante da adubação química na
linha de plantio de café. Em contrapartida, a menor respiração por biomassa microbiana no
cerradão, indica economia na utilização da energia, refletindo um ambiente no seu estado de
equilíbrio. Conclui-se que a respiração basal do solo é indiferente e as populações bacterianas e
fúngicas são inibidas pelo cultivo do solo com café.