Auditoria de desempenho governamental e o papel de Entidades Fiscalizadoras Superiores (FES)

Revista do Serviço Público

Endereço:
SAIS, Área 2-A.
Brasília / DF
70.610-900
Site: http://seer.enap.gov.br/index.php/RSP/index
Telefone: 61 2020-3152
ISSN: 2357-8017
Editor Chefe: Pedro Luiz Costa Cavalcante
Início Publicação: 31/10/1937
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Administração

Auditoria de desempenho governamental e o papel de Entidades Fiscalizadoras Superiores (FES)

Ano: 2002 | Volume: 53 | Número: 2
Autores: M. B. GOMES
Autor Correspondente: M. B. GOMES | [email protected]

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente trabalho é uma tentativa de fornecer uma argumentação (Dunn, 1994;
Hood e Jackson, 1991; Walton, 1992; Majone, 1989; Barzelay, 2000) sobre recentes
políticas de gerenciamento público de auditoria e avaliação conduzidas por Entidades de
Fiscalização Superior (EFS). Tais políticas vêm refletindo a doutrina de que organizações
públicas de controle externo da burocracia estatal devem balancear e integrar duas espécies
de accountability democrática: accountability de conformidade e accountability de
desempenho (Light, 1993:14; Barzelay, 1997:384; Pollitt et al., 1999: 15; Hood et al.,
1999: 6). Nesse contexto, o trabalho busca fornecer um quadro argumentativo, confiável e
claro, sobre os processos de auditoria de desempenho na esfera governamental. Argumenta-se
que uma abordagem ao estudo de auditoria de desempenho, na condição de recente
fenômeno verificável em várias administrações públicas nacionais, deve contemplar três
dimensões — a dimensão política, a organizacional e a gerencial — que dão forma e limitam
os trabalhos de auditoria das EFS. As dimensões política e organizacional devem ser
analisadas recorrendo-se a ferramentas metodológicas de ciência política e administração
pública comparada. A dimensão gerencial da auditoria de desempenho deve ser abordada
por meio de argumentos baseados em literatura sobre gerenciamento público, doutrinas de
administração e gerência; e conhecimento de modelos empíricos sobre o funcionamento de
processos e operações governamentais. Concluir-se-á que o processo de escolha das modalidades
de auditoria de desempenho por uma EFS é um fenômeno político verificável em
diversos países. Portanto, o estudo da dimensão política da auditoria de desempenho deve
ser de perspectiva comparativa. Além disso, o trabalho sustenta que ambas as abordagens
de reformas administrativas levadas a efeito em diversas administrações públicas nacionais,
contratual e gerencial, para uma accountability orientada por resultado no setor público
podem ser inconsistentes se os conhecimentos empíricos dos processos e das instituições
governamentais não forem levados em consideração. Finalmente, o trabalho busca apresentar
uma discussão crítica de como a literatura, a pesquisa e as discussões técnicas acerca do
tema auditoria de desempenho podem ser aperfeiçoadas.



Resumo Inglês:

This paper is an attempt to provide an argumentation (Dunn, 1994; Hood and Jackson,
1991; Walton, 1992; Majone, 1989; Barzelay, 2000) about recent public management
policies of audit and evaluation conducted by Supreme Audit Institutions. Such policies
seem to be reflecting the doctrine that a public organisation of external control of the
bureaucracy should balance and integrate the pursuit of two types of accountability,
namely, compliance accountability and performance accountability (Light, 1993:14;
Barzelay, 1997:384; Pollitt et al., 1999:15; Hood et al., 1999:6). An outcome of this paper
is to provide a clear and reliable argumentative framework about performance audit. It is
argued that performance audit can be characterised as a strand of public management
policy. Public management policy is a strand of the New Public Management (NPM).
Therefore, analytical frameworks within NPM might be serviceable tools to approach
performance audit, as shall be demonstrated. In this sense, the paper tries to build an
analytical framework about how to study performance audit phenomenon. It is argued that
an approach to the study of performance audit as a recent phenomenon in many national
public administrations should hold three streams, namely, political, organisational, and
managerial. The political and organisational streams should be analysed with the use of
methodological tools within political science and comparative public administration. The
latter stream should be approached by policy arguments backed by public management
literature, general management doctrines and empirical knowledge about a government
processes and operations. It identifies that a choice of Supreme Audit Institutions to
conduct performance audit is a political phenomenon. The kernel issue of this paper is to
provide an explanatory argument addressing the question of how proper and consistent
arguments in favour of the adoption of a performance-orientated control in the public
sector are. It is argued that both contractual and managerial approaches to performanceorientated
accountability may suffer as a result, if empirical knowledge of governmental
processes and institutions are not taken into consideration. Lastly, this paper presents a
critical discussion on how literature, research, and professional discussion about performance
audit might be improved.



Resumo Espanhol:

El presente trabajo es un intento de ofrecer una argumentación (Duun, 1994; Hood y
Jackson, 1991; Walton, 1992; Majone, 1989; Barzelay, 2000) sobre recientes políticas de
gerenciamiento público de auditoría y evaluación conducidas por Entidades de Fiscalización
Superior. Tales políticas vienen reflejando la doctrina de que organizaciones públicas de
control externo de la burocracia estatal deben balancear e integrar dos especies de
accountability democrática: accountability de conformidad y accountability de desempeño
(Light, 1993:14; Barzelay, 1997:384; Pollitt et al., 1999:15; Hood et al., 1999:6). En ese
contexto, el trabajo pretende brindar un cuadro de argumentación confiable y claro sobre
los procesos de auditoría de desempeño en la esfera gubernamental. Se argumenta que al ser
abordado el estudio de auditoría de desempeño, en la condición de reciente fenómeno
verificable en varias administraciones públicas nacionales, deben tenerse en cuenta tres
dimensiones — la dimensión política, la organizativa y la gerencial — que dan forma y
limitan los trabajos de auditoría de las EFS. Las dimensiones política y organizativa deben ser analizadas recorriéndose a herramientas metodológicas de ciencia política y administración
pública comparada. La dimensión gerencial de la auditoría de desempeño debe ser abordada
por medio de argumentos basados en literatura sobre gerenciamiento público, doctrinas de
administración y gerencia; y conocimiento de modelos empíricos sobre el funcionamiento
de procesos y operaciones gubernamentales. Se concluirá que el proceso de selección de las
modalidades de auditoría de desempeño por una EFS es un fenómeno político verificable en
diversos países. Por lo tanto, el estudio de la dimensión política de la auditoría de desempeño
debe ser de perspectiva comparativa. Además de eso, el trabajo sostiene que ambos abordajes
de reformas administrativas llevadas a cabo en diversas administraciones públicas nacionales,
contractual y gerencial, para una accountability orientada por resultado en el sector público
pueden ser inconsistentes si los conocimientos empíricos de los procesos y de las
instituciones gubernamentales no fueran tomados en cuenta. Finalmente, el trabajo pretende
presentar una discusión crítica de cómo la literatura, la investigación y las discusiones
técnicas sobre el tema auditoría de desempeño pueden ser perfeccionadas.