Audiodescrição para as pessoas com deficiência intelectual

BABEL: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras

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ISSN: 2238-5754
Editor Chefe: Marcos Antonio Maia Vilela
Início Publicação: 01/12/2011
Periodicidade: Semestral

Audiodescrição para as pessoas com deficiência intelectual

Ano: 2020 | Volume: 10 | Número: 1
Autores: Bárbara Cristina dos Santos Carneiro
Autor Correspondente: Bárbara Cristina dos Santos Carneiro | [email protected]

Palavras-chave: Audiodescrição, Deficiência Intelectual: Interpretação, Pesquisa de recepção

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A  audiodescrição  (AD)  tem  sido  estudada  e  aplicada,  primordialmente,  para  as  pessoas  com deficiência  visual.  Sabendo  que  essa  forma  de  tradução  audiovisual  e  intersemiótica  também  pode  ser usufruída por outros públicos, o presente artigo objetivou relatar o processo da pesquisa de recepção feita com  alunos  das  APAEs  de  Salvador  e  São  Paulo  que  culminou  na  dissertação  de  mestrado  da  atual pesquisadora.  A  pesquisa  contou  com  a  participação  de  doze  alunos  das  duas  instituições,  buscando identificar  lacunas  de  compreensão  geradas  pelo  roteiro  de  audiodescrição  voltados  às  pessoas  com deficiência visual quando aplicados às pessoas com deficiência intelectual. O estudo de recepção feito a fim de  coletar  dados  que  pudessem  expor  tais  lacunas  e,  dessa  forma,  entender  como  um  roteiro  de audiodescrição  poderia  ser  mais  eficaz  à  essa  nova  audiência,  baseando-se  na  concepção  de  que  a audiodescrição é uma forma de tradução, que traduz imagens em palavras. A interpretação gerada durante o processo de transposição de sentidos é intrínseca ao desenvolvimento da atividade, e o audiodescritor é um mediador  entre original e tradução. Dentro dessa  ótica,  uma audiodescrição  interpretativa seria aquela explícita,  onde  a  tradução  seria  composta  de  sentenças  mais  claras,  que  permitissem  um  maior  grau  de entendimento, diferentemente da audiodescrição descritiva, que seria uma forma de tradução mais objetiva, levando  o  espectador  a  fazer  inferências  sem  a  interferência  do  tradutor.  As  conclusões  alcançadas apontaram  que  para  as  pessoas  com  deficiência  intelectual,  um  roteiro  de  AD  mais  interpretativo  seria indicado, uma vez que esse público tende a esquecer facilmente informações e a dispersar em momentos de  concentração.  O  uso  de  itens  lexicais  de  conceituação  menos  complexas  também  foi  uma  das conclusões encontradas pelo estudo. A repetição de informações como forma de fixação das mesmas seria um outro ponto a levar em consideração num roteiro voltado a esse novo público.



Resumo Inglês:

Audio  description  (AD)  has  been  studied  and applied,  primarily,  to  the  visually  impaired. Knowing that this form of audiovisual and intersemiotic translation can also be enjoyed by other publics, this article aimed to report the process of the reception research done with students from APAEs in Salvador and São  Paulo  that  culminated  in  the  master's  thesis  of  the  current  researcher.  The  research  was  attended  by twelve  students  from  both  institutions,  seeking  to  identify  comprehension  gaps  generated  by  the  audio description  script  for  visually  impaired people  when  applied  to  people  with  intellectual  disabilities.  The reception study was done in order to collect data that could expose such gaps and thus to understand how an audio description script could be more effective for this new audience, based on the conception that audio description is a form of translation, which translates images into words. The interpretation generated during the  process  of  transposition  of  meanings  is  intrinsic  to  the  development  of  the  activity,  and  the  audio describer  is  a  mediator  between  original  and  translation.  Within  this  perspective,  an  interpretative  audio description  would  be  explicit,  where  the  translation  would  be  composed  of  clearer  sentences,  which  would allow  a  greater  degree  of  understanding,  unlike  descriptive audio  description,  which  would  be  a  more objective form of translation, leading the viewer to make inferences without the interference of the translator. The  conclusions  reached  pointed  out  that  for  people  with  intellectual  disabilities,  a  more  interpretative  AD script  would  be  indicated,  as  this  public  tends  to  forget  information  easily  and  disperse  it  in  moments  of concentration.  The  use  of  lexical  items  of  less  complex  conceptualization  was  also  one  of  the  conclusions found  by  the  study.  The  repetition  of  information  as  a  way  of  fixing  it  would  be  another  point  to  take  into account in a script for this new audience.