A atual pouco compreendida política externa brasileira

Revista Universitas

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ISSN: 19820720
Editor Chefe: Renata de Melo Rosa
Início Publicação: 30/06/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciência política

A atual pouco compreendida política externa brasileira

Ano: 2011 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: Eduardo Rodrigues de Rezende
Autor Correspondente: Eduardo Rodrigues de Rezende | [email protected]

Palavras-chave: política externa, diplomacia, brasil, estados unidos, américa do sul

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em vez de aproveitar o momento de expansão da projeção internacional
do Brasil para se envolver em temas representativos para o conjunto dos atores
do sistema internacional, parece que a inserção brasileira caminha confusamente
em direção contrária. Desde o início da presente década, o Brasil tem mantido
evidente cordialidade com os governos de Cuba, da Venezuela, da Bolívia e mais
recentemente, com o governo do Irã. Ao se envolver em temas portadores de elevado
grau de complicação das relações do país com os demais atores tomadores
de decisão, a diplomacia brasileira parece sofrer de crise de identidade. Tomados
isoladamente, esses casos geram críticas, uma vez que o novo projeto de política
externa brasileira nunca foi esclarecido ou debatido de forma ampla. Após todo
o debate e a não formação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA,
iniciativa lançada pelos EUA em 1994, o governo norte-americano, mesmo atuando
em diversas frentes de combate ao terror, procurou fortalecer sua presença
no subcontinente sul-americano. Os EUA começaram a costurar rede de acordos
bilaterais de livre comércio com países da América Central e do Sul, viabilizaram
sua presença militar na região andino-amazônica por meio do Plano Colômbia,
procuraram cooperação para instalação de bases militares no Paraguai, o que os
deixaria próximos à maior represa do mundo e à gigantesca hidrelétrica de Itaipu,
reinstalaram a IV Frota, facilitando o monitoramento das reservas de hidrocarbonetos
no litoral brasileiro e se apressaram em apoiar a convocação de eleições em
Honduras após a destituição do presidente eleito. Toda essa aproximação não é
de se estranhar. O gás, o petróleo, a selva, a água e o mercado consumidor fazem
parte da cobiça de uma hiperpotência, qualquer que seja ela. O Brasil tenta reagir,
demonstrando que há contraponto geopolítico na região, decidindo colocar limites às interferências norte-americanas em sua região, principalmente em momento
em que o sul do continente se expressa com renovado vigor e quase unanimidade
a favor de iniciativas de integração econômica de seus países condenando a velha
política de agressão contra as nações.