Arquitetura da Base Aérea de Natal na Segunda Guerra Mundial e as mudanças trazidas pelas travessias do Atlântico

Revista Navigator

Endereço:
Praça Barão de Ladário, s/n, Ilha das Cobras, Seviço de Documentação da Marinha
Rio de Janeiro / RJ
Site: http://www.revistanavigator.com.br
Telefone: (21) 21046852
ISSN: 1001248
Editor Chefe: [email protected]
Início Publicação: 31/05/2005
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Arquitetura da Base Aérea de Natal na Segunda Guerra Mundial e as mudanças trazidas pelas travessias do Atlântico

Ano: 2011 | Volume: 7 | Número: 13
Autores: Graciete Guerra da Costa
Autor Correspondente: Graciete Guerra da Costa | [email protected]

Palavras-chave: Arquitetura, Segunda Guerra Mundial, Base Aérea de Natal

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O Campo de Aviação de Parnamirim já existia
antes da deflagração da Segunda Guerra Mundial.
Com a entrada dos Estados Unidos no grande
conflito e a cessão de áreas, pelo Governo
brasileiro para apoio das tropas aliadas, Parnamirim
tomou, evidentemente, um grande impulso.
A imensa área era dividida em duas partes
distintas pelas pistas de pouso asfaltadas, 16-34
e 12-30: no setor oeste das pistas foi construída
a Base Aérea de Natal, que era conhecida como
a “Base Brasileira”. No setor leste das pistas
foi edificada, em proporções muito maiores, a
“Base Americana”, também denominada Base
de Parnamirim ou Parnamirim Field. Quando o
Governo dos Estados Unidos iniciou a construção
do “Campo de Parnamirim”, em novembro
de 1940, já haviam sido construídas algumas
obras, tais como hangares, estações-rádio, e pequenas
instalações para usos diversos. O período
da construção se estendeu até março de 1944
em consequência de várias mudanças dos planos
iniciais de construção pelos americanos. A
Base Americana dispunha de mais de 700 edificações,
a maioria em estilo simples que ficou conhecido
como “barraco”, para suportar um trânsito
diário de 400 a 600 aeronaves, em demanda
da África. Segundo a engenharia americana, o
prazo normal da duração de um “barraco” era
de sete a dez anos. No entanto transcorridos 42
anos do conflito mundial, existe ainda um número
considerável de “barracos”, ainda em plena utilização, embora muitos prédios já tenham
passado por reformas. Além desses, ainda está
no local o prédio do Comando da Base Aérea,
a Capela construída durante a Segunda Guerra
Mundial, as pistas de pouso, o Cassino dos Oficiais,
hospital, cinema, hangares, dentre outras.
A construção dessa Base Aérea contou com dez
hangares, instalações para combustíveis que
abrangiam 20 tanques de superfície de aço, com
capacidade total de 528.300 galões, 12 tanques
de aço subterrâneos, cinco plataformas e sete
bombas fixas. As instalações da Base Aérea
americana permitiam alojar 1.800 oficiais e 2.700
subalternos e o hospital tinha disponibilidade de
178 leitos. Os prédios que abrigavam os serviços
de restaurante, reembolsável, estação de rádio
e outros, funcionavam 24 horas por dia. Com a
desativação da Base Aérea americana, em 31 de
outubro de 1945, a Comissão Mista Militar Brasil-
Estados Unidos em relatório circunstanciado
elaborado em setembro de 1946, qualificou os
edifícios e as estruturas do “Campo de Parnamirim”,
em condições razoavelmente boas, assim
como as redes de água e esgoto. Trata-se, sem
dúvida alguma, de um vasto e importante patrimônio
histórico e arquitetônico, a ser estudado,
registrado e preservado.



Resumo Inglês:

The Parnamirim’s aviation camp existed before
World War 2 explosion. When U.S.A joined
the big conflict, and the Brazilian Government
gave some areas to support the allied troops,
Parnamirim took of course a big impulse. The
big area was divided in two parts between the
asphalted traces of landing, 16-34 and 12-30:
On the west side of the traces, the Air Base of
Natal was built, and it was known as the “Brazilian
Base”. On the east side of the traces it
was built the “American Base”, in much larger
proportions, it was also called the “Parnamirim
Base” or “Parnamirim Field”. When the Government
of the United States bagen the construction
of the “Parnamirim Field” in november 1940,
there were already some buildings there, such
as hangars, radio stations, and small installations
for different uses. The time for construction
extended till march 1944 due to many
original plan changes by the north Americans.
The American Base had more then 700 buildings,
most of them in simple style that became
named “barraco”, to support from 400 to 600 airplanes
a day, in a demand to Africa. According
to the American engineering, the normal duration
time of a “barraco” was from 7 to 10 years.
But nowadays, even elapsed 42 years from the
World War 2, there still exists a considerable
number of “barracos”, in full use, though many
buildings have been reformed. Besides those,
there are still in the Air Base: the small church built during World War 2, the landing traces,
the Official’s Casino, the hospital, the cinema,
hangars, between others. The construction of
this Air Base was helped by ten hangars, installations
for inflammables that included twenty
tanks of surface made of steel with 528.300
gallons capacity, twelve underground tanks of
steel, five platforms and seven fixed water pampers.
The installations of the American Air Base
permitted to accommodate 1.800 officials and
2.700 sub-officials. The hospital had 178 beds.
The buildings had restaurants, banks, radio stations
and others, they worked 24 hours a day.
When the deactivation of the American Air Base
came in October 31 of the year 1945, the Mixed
Military Commission Brazil-U.S.A told in a detailed
report in September 1946, qualified the
buildings and the structures of the “Parnamirim
Field” in barely good conditions, even the water
tubes and sewers. It is indeed a vast and important
historical and architectural inheritance to
be studied, registred and preserved.