Arcaísmos em Guimarães Rosa

Revista Filologia e Linguística Portuguesa

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ISSN: 2176-9419
Editor Chefe: Prof. Dr. Sílvio de Almeida Toledo Neto
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

Arcaísmos em Guimarães Rosa

Ano: 1999 | Volume: 3 | Número: 0
Autores: Lívia Suassuna
Autor Correspondente: Lívia Suassuna | [email protected]

Palavras-chave: língua portuguesa, estilística, arcaísmo, história da língua portuguesa.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No presente texto, tematizamos, inicialmente, a mutabilidade e historicidade da língua, com apoio na concepção de linguagem como fazer histórico, modo de ação sobre o mundo, e na teoria de Eugenio Coseriu sobre a mudança lingüística, esta última apresentada nas suas principais oposições com as clássicas dicotomias saussurianas. Em seguida, procedemos a uma revisão de literatura, com o objetivo de verificar diferentes aspectos do fenômeno do arcaísmo, enquanto manifestação da mudança lingüística e traço estilístico. À luz dos pressupostos indicados, mostramos exemplos de diversos arcaísmos utilizados por João Guimarães Rosa em duas de suas obras – Grande sertão: veredas e Primeiras estórias. As conclusões de nosso trabalho indicam que os arcaísmos de G. Rosa representam, para além de fotografias da fala popular ou regional antiga, um processo de criação e recriação de significados, concretização do permanente e potencial desequilíbrio da língua, superação do historicamente constituído, sendo isso o que confere estatuto literário à sua obra.



Resumo Inglês:

In this paper, we discuss, initially, language mutability and historicity, based on the conception of language as a historical practice and as way of action, and in Eugenio Coseriu’s theory about language changing. In this last case, the theory is shown in its main oppositions with the classical Saussure’s dichotomies. Then, we overviewed the literature to verify different aspects of the phenomenon of archaism as manifestation of language change and stylistic mark. Based upon these theoretical frameworks, we show examples of some archaisms employed by João Guimarães Rosa in two of his works – Grande sertão: veredas and Primeiras estórias. The conclusions of our research indicate that Rosa’s archaisms, beyond old popular or regional speech, is a process of meaning creation and recriation, which represents the permanent and potential language instability, a rupture of historically established patterns, thus confering literary status to his extensive work.