Antropologia crítica e cartografias do poder soberano nas fronteiras do Cone Sul

Revista Mundaú

Endereço:
Avenida Lourival Melo Mota - S/n - Tabuleiro do Martins
Maceió / AL
57072-900
Site: http://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau
Telefone: (82) 3214-1322
ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

Antropologia crítica e cartografias do poder soberano nas fronteiras do Cone Sul

Ano: 2017 | Volume: 0 | Número: 2
Autores: Alex Martins Moraes
Autor Correspondente: Alex Martins Moraes | [email protected]

Palavras-chave: Antropologia crítica; Imanência; Estado; Fronteiras; Cone Sul

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Esta intervenção se propõe a fundamentar e a exemplificar uma estratégia de análise antropológica orientada à crítica imanente das realidades do poder. Com este objetivo, recupero um relato construído durante pesquisa de campo realizada nas adjacências da divisa política entre Brasil e Uruguai. Tal relato evidencia os itinerários de deslocamento transfronteiriço empreendidos por uma família de classe popular instalada na cidade de Aceguá, limítrofe com o povoado uruguaio homônimo. A situação migratória irregular dos integrantes desta família deu origem a processos de exclusão que revelam os paradoxos inerentes à operatória da razão de Estado em zonas fronteiriças. Abordo os itinerários dos meus interlocutores como uma espécie de cartografia crítica que evidencia as exclusões e as possibilidades imanentes à articulação entre experiência de classe e poder soberano nas fronteiras do Cone Sul



Resumo Inglês:

This paper intends to settle the foundations and reveal the strategies of anthropological analysis based on the immanent critic to power configurations. In order to do so, I resort to some narratives collected during a field research carried out in the outskirts of the national border zone of Uruguay and Brazil. Such narratives depict the trajectories of displacement across the national borders as experienced by one working-class family that is settled in the Brazilian city of Aceguá, adjacent to the homonymous Argentine village. The irregular migratory status of the members of this family resulted in social exclusion processes that reveal the contradictions inherent to the modus operandi of the State reason in border zones. I understand my interviwees itineraries as a sort of critical cartography that reveals the forms of exclusion and the immanent possibilities originated in the articulation between these people´s class experience and the sovereign power at national border zones in the Southern Cone region.



Resumo Espanhol:

Esta intervención se propone fundamentar y ejemplificar una estrategia de análisis antropológico basada en la crítica inmanente de las realidades del poder. Con este objetivo, recupero un relato elaborado durante mi trabajo de campo en las adyacencias del límite político entre Brasil y Uruguay. Dicho relato evidencia los itinerarios de desplazamiento transfronterizo emprendidos por una familia de clase popular instalada en la ciudad de Aceguá, limítrofe con el poblado uruguayo homónimo. La situación migratoria irregular de los integrantes de esta familia desencadenó procesos de exclusión que revelan las paradojas inherentes a la operatoria de la razón de Estado en zonas fronterizas. Abordo los itinerarios de mis interlocutores como una especie de cartografía crítica que pone de relieve las exclusiones y posibilidades inmanentes a la articulación entre experiencia de clase y poder soberano en las fronteras del Cono Sur.



Resumo Francês:

Cette intervention vise à soutenir théoriquement et illustrer ethnographiquement une stratégie d'analyse anthropologique destiné à la critique immanente des réalités du pouvoir. Compte tenu de cet objectif, je récupère quelques récits élaborées au cours de mon travail sur le terrain dans la frontière politique entre le Brésil et l'Uruguay. Ces récits montrent les itinéraires de circulation transfrontalière menées par une famille de classe populaire installée dans la ville brésilienne de Aceguá, à côté de la ville uruguayenne éponyme. Le statut migratoire irrégulière des membres de cette famille a déclenché des processus d'exclusion qui révèlent les paradoxes inhérents à la raison d'État dans les zones frontalières. J'analyse les itinéraires de mes interlocuteurs comme une sorte de cartographie critique qui met en évidence les exclusions et les possibilités immanentes à la l'articulation entre l'expérience de classe et le pouvoir souverain sur les frontières du Cône Sud.