ANATOMIA FOLIAR DE ESPÉCIES DE BROMELIACEAE EPÍFITAS DA TRILHA DO MURIQUI, PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO, ARAPONGA, MG.

Evolução e Conservação da Biodiversidade

Endereço:
Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, UFV - Campus de Rio Paranaíba, Rodovia BR 354, km 310, Cx Postal 22
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38810-000
Site: http://www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb
Telefone: (34)3855-9023
ISSN: 22363866
Editor Chefe: Rubens Pazza
Início Publicação: 30/04/2010
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Biologia geral

ANATOMIA FOLIAR DE ESPÉCIES DE BROMELIACEAE EPÍFITAS DA TRILHA DO MURIQUI, PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO, ARAPONGA, MG.

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Jaqueline Dias-Pereira, Aristéa Alves Azevedo, Guilherme Carvalho Andrade, Cleiton Faria Guimarães, Carla Regina Santin, Leonardo Domingues de Figueiredo.
Autor Correspondente: Jaqueline Dias-Pereira | [email protected]

Palavras-chave: Bromeliaceae, epífitas, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, anatomia foliar

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As epífitas vasculares contribuem significativamente para a biodiversidade das florestas
tropicais, podendo ocupar locais variados ao longo do fuste e nas copas das árvores. Dentre as
epífitas, a família Bromeliaceae é notável pela diversidade ecológica e por suas características
adaptativas, comumente evidenciadas em suas folhas. Objetivou-se avaliar a anatomia foliar de
espécies de Bromeliaceae epífitas ocorrentes ao longo da estratificação vertical, em 10 forófitos
da Trilha do Muriqui, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Amostras de 0,5 cm2 das regiões
apical, mediana e basal das folhas mais internas, em contato com o tanque, (denominadas de I),
das medianas (M) e das mais externas (E) foram fixadas em FAA50, desidratadas em série etílica
crescente, incluídas em parafina ou resina. Cortes transversais e longitudinais, obtidos em
micrótomo rotativo de avanço automático, foram corados e montados, conforme metodologias
usuais. Algumas amostras foram processadas para estudos em microscopia eletrônica de
varredura. As espécies encontradas foram Vriesea heterostachys, V. longicaulis e Tillandsia
geminiflora. V. heterostachys foi a única que ocorreu em todos os forófitos, ao longo da
estratificação vertical. V. longicaulis ocorreu apenas no forófito 7, enquanto T. geminiflora
ocorreu no forófito 10. A epiderme das espécies é unisseriada e nas espécies de Vriesea ela
apresentou corpos silicosos e paredes lignificadas em forma de “U”. As folhas são
hipoestomáticas, com estômatos posicionados no mesmo nível das demais células da epiderme,
exceto em T. geminiflora que apresentou indivíduos com estômatos num nível inferior. As
espécies de Vriesea apresentaram células epidérmicas com paredes anticlinais de contorno
sinuoso, o que não ocorreu em T. geminiflora. As três espécies apresentaram escamas em
ambas as faces da folha, sendo imbricadas apenas em T. geminiflora. Internamente à epiderme,
da face adaxial e abaxial, foi observado o parênquima aquífero e no centro, parênquima
clorofiliano homogêneo. Os feixes vasculares se intercalam com parênquima braciforme
formando canais de ar conectados, em geral, às câmaras subestomáticas. T. geminiflora
apresentou mesofilo com menor espessura em relação às outras espécies, com 3-4 camadas de
parênquima aquífero sendo as células mais alongadas deste parênquima adjacentes à epiderme
da face adaxial. V. heterostachys apresentou a maior quantidade de indivíduos e foi a espécie
generalista, coletada em várias alturas do fuste. V. longicaulis só ocorreu à altura mediana do
forófito e apresentou características anatômicas muito semelhantes a V. heterostachys. Foram
visualizados cristais de oxalato de cálcio, na forma de ráfides nas três espécies. Os caracteres
xeromórficos observados na anatomia foliar das espécies estudadas estão relacionados ao
hábito epifítico.