Análise do comportamento alimentar em crianças autistas: revisão de literatura

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Análise do comportamento alimentar em crianças autistas: revisão de literatura

Ano: 2023 | Volume: 61 | Número: Não se aplica
Autores: Bárbara Beserra Estrela, Pollyanna Ayub Ferreira de Rezende
Autor Correspondente: Bárbara Beserra Estrela | [email protected]

Palavras-chave: transtorno autístico, gastroenteropatias, comportamento alimentar, microbioma gastrointestinal

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Avaliar se o TEA influencia no comportamento alimentar e se a restrição de alimentos pode auxiliar no desenvolvimento do transtorno.
MÉTODO: Revisão da literatura (2013 a 2020), utilizados o total de 10 artigos. Os critérios excluem os participantes maiores de 18 anos e doenças respiratórias. Já os parâmetros de inclusão foram crianças com TEA até 18 anos, possível alteração no TGI e dietas específicas do atual estudo.
RESULTADOS: Identificar associações no comportamento alimentar da população estudada através de sintomas gastrointestinais, DRGRC ou ultraprocessados, e seletividade alimentar. De acordo com os sintomas deve-se levar em conta a complexidade de microrganismos presentes no TGI devido reações neurocomportamentais e gastrointestinais. A implementação de DRGRC é uma intervenção que possa auxiliar na sintomatologia do TEA, devido o aumento da permeabilidade gastrointestinal que já é comprometida nessa população. Em compensação, alimentos ultraprocessados são inclusos geralmente na alimentação desses indivíduos por serem bastante atraentes e palatáveis, sendo assim havendo uma maior seletividade. Contudo, o comportamento alimentar está diretamente relacionado com a seletividade alimentar que envolve o psicológico, sensibilidade sensorial e consequentemente na sintomatologia gastrointestinal e desordens neurológicas que poderão se desenvolver.
DISCUSSÃO: A qualidade da dieta pode apresentar carências nutricionais, e ocasionar ou piorar os possíveis sintomas gastrointestinais, além de que a seletividade alimentar geralmente preconiza alimentos densos em gordura, açúcar e sal. Dessa maneira, o excesso de aditivos constituídos em alimentos ultraprocessados ocorre uma maior predisposição à hiperatividade e outros sinais cognitivos frequentes no autismo, assim como, a citoxicidade no eixo-intestino-cérebro.

Palavras-chave: transtorno autístico, gastroenteropatias, comportamento alimentar, microbioma gastrointestinal.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To assess whether ASD influences eating behavior and whether food restriction can help in the development of the disorder.
METHOD: Literature review (2013 to 2020), using a total of 10 articles. The criteria exclude participants over 18 years of age and respiratory diseases. The inclusion parameters were children with ASD up to 18 years old, possible changes in the TGI and specific diets of the current study.
RESULTS: To identify associations in the eating behavior of the studied population through gastrointestinal symptoms, DRGRC or ultra-processed foods, and food selectivity. According to the symptoms, the complexity of microorganisms present in the GIT due to neurobehavioral and gastrointestinal reactions must be taken into account. The implementation of DRGRC is an intervention that can help with the symptomatology of ASD, due to the increase in gastrointestinal permeability that is already compromised in this population. On the other hand, ultra-processed foods are usually included in the diet of these individuals because they are very attractive and palatable, thus providing greater selectivity. However, eating behavior is directly related to food selectivity that involves the psychological, sensory sensitivity and consequently the gastrointestinal symptomatology and neurological disorders that may develop.
DISCUSSION: The quality of the diet can present nutritional deficiencies, and cause or worsen possible gastrointestinal symptoms, in addition to the fact that food selectivity generally advocates foods dense in fat, sugar and salt. In this way, the excess of additives constituted in ultra-processed foods leads to a greater predisposition to hyperactivity and other frequent cognitive signs in autism, as well as cytotoxicity in the gut-brain axis.

Keywords: autistic-disorder, gastrointestinal diseases, feeding behavior, gastrointestinal microbiome.