Análise de discurso crítica de semanários brasileiros da década de 1980 e de 2010: reflexões sobre violência e conservadorismo
Mandinga - Revista de Estudos Linguísticos
Análise de discurso crítica de semanários brasileiros da década de 1980 e de 2010: reflexões sobre violência e conservadorismo
Autor Correspondente: RABELO, Ana Paula | [email protected]
Palavras-chave: Análise de Discurso Crítica; Multimodalidade; Gênero Social; Violência
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Reflexões sobre gênero social e suas representações implicam uma primeira e necessária conduta: a eliminação de categorias fechadas (BUTLER, 2013). Caminhamos para a descontinuidade (do sujeito no tempo e no espaço). Enquanto as instituições tentam manter ideias de forma (ameaçadoramente) conservadora, os coletivos e os indivíduos transitam entre o múltiplo, o “trans”, o indomável e incontrolável espírito de um futuro que se renova frequentemente. Nesta década de 2010, o Brasil, por exemplo, passa por um processo de fortalecimento do conservadorismo das instituições, que não dialogam com as conquistas socioculturais de indivíduos e de coletivos - transformação inegável ocorrida durante esta passagem de milênio. Neste contexto, é possível visualizar o recrudescimento do discurso homofóbico e racista no parlamento e na mídia. Para ilustrar este recuo das instâncias de poder, o presente trabalho visa analisar dois exemplares da Revista “Semanário” de 1989, que tratam de gênero e sexualidade em suas capas, bem como um exemplar da Revista “Tititi”, de outubro de 2013, por meio da Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 1999; CHOULIARACHI; FAIRCLOUGH, 2003) aqui abraçada como teoria e método. Associada à ADC, utilizamos a Multimodalidade (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996). Na análise, associamos a dimensão textual do discurso, a composição das imagens das capas e textos associados. A análise qualitativa do corpus permite defender a tese de que na década 1980 havia mais liberdade e ousadia na mídia brasileira, ao mesmo tempo que identificamos menos violência e menos ódio do que há hoje. Esse trabalho foi apresentado na ALED 2015, mas não publicado.
Resumo Inglês:
Reflections on social gender and its representations imply a first and necessary conduct: the elimination of closed categories (BUTLER, 2013). We go towards discontinuity (of the subject in time and space). While institutions try to keep ideas (threateningly) conservative, groups and individuals move among the multiple, the "trans", the indomitable and uncontrollable spirit of a future that is often renewed. In the 2010s, Brazil, for example, undergoes a process of strengthening institutions' conservatism, which do not dialogue with individuals and groups' sociocultural achievements - an undeniable transformation that occurred during the millennium. In this context, it is possible to realize the recrudescence of homophobic and racist discourse in the parliament and in the media. In order to illustrate this setback in the instances of power, the present study aims to analyze two issues of “Semanario” magazine published in 1989, which deal with gender and sexuality in their covers, as well as an issue of “Tititi”, published in october 2013, taking as a basis the Critical Discourse Analysis (FAIRCLOUGH, 1999; CHOULIARACHI; FAIRCLOUGH, 2003), here considered as theory and method. Associated with the CDA, we use Multimodality (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996). In our analysis, we relate the textual dimension of discourse, the composition of images on the covers and the associated texts. The corpus qualitative analysis allows us to defend the thesis that in the 1980s there was more freedom and daring in Brazilian media, while at the same time there was less violence and less hatred than there is today. This work was presented at ALED 2015, but not published.
