AMBIGUIDADES NO TRABALHO DA EQUIPE DE SAÚDE NO CONTEXTO DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Ano: 2016 | Volume: 15 | Número: 1

Autores: C. S. Caram, L. C. Rezende, L. C. Montenegro, J. M. Amaral, M. J. M. Brito

Palavras-chave: Unidades de Terapia Intensiva; Prazer; Esgotamento Profissional; Enfermagem

Resumo Português:

A unidade de terapia intensiva (UTI) é um setor com estrutura física e dinâmica própria que associa intensa tecnologia e
prática racionalizada à necessidade de atuação multiprofissional, enfocando as relações. Nesse sentido, é um ambiente que
proporciona ao profissional da saúde vivências com sentimentos ambíguos, representados pelo prazer e pelo sofrimento. Assim,
o objetivo deste artigo foi compreender as vivências de prazer e de sofrimento no trabalho de profissionais da saúde que atuam
em uma UTI de um hospital universitário. Trata-se de pesquisa qualitativa, conduzida com 31 profissionais da saúde por meio
de entrevista individual com roteiro semiestruturado, submetida a Análise de Conteúdo. O estudo demonstrou que vários fatores
influenciam as vivências de prazer e sofrimento no trabalho da equipe, os quais estão vinculados à relação interpessoal entre
pacientes, famílias e equipe, à natureza da atividade desenvolvida, bem como aos aspectos objetivos do trabalho. O sofrimento
está relacionado à perda dos pacientes e à impotência; à empatia com a situação vivida pelos pacientes; à impossibilidade de
crescimento; à sobrecarga de trabalho; à jornada extensa; e ao baixo salário. Ressalta-se a dualidade prazer-sofrimento em
situações que envolvem o relacionamento interpessoal e o reconhecimento envolvendo pacientes, familiares e equipe de saúde.
Conclui-se ser importante considerar os aspectos objetivos e subjetivos do trabalho da equipe de saúde, para promover a qualidade
de vida dos profissionais e, assim, influenciar a qualidade do cuidado prestado.

Resumo Inglês:

The intensive care unit (ICU) is a sector with a physical structure and a dynamics of its own that combines intensive technology and rationalized
practice to the need for multidisciplinary action, focusing on relationships. In this way, this is an environment that provides a health professional
with experiences related to ambiguous feelings, represented by pleasure and suffering. Thus, this article aimed to grasp the experiences of pleasure
and suffering in the work of health professionals who pursue their tasks in an ICU of a university hospital. This is a qualitative research conducted
with 31 health professionals by means of individual interview with a semi-structured script, which underwent Content Analysis. The study showed that
several factors influence the experiences involving pleasure and suffering in teamwork, which are associated with the interpersonal relationship between
patients, families, and staff, the nature of the activity undertaken, as well as the objective aspects of work. Suffering is related to patient loss and
helplessness; to empathy towards the situation experienced by patients; to growth impossibility; to work overload; to long workdays; and to low wages.
The duality pleasure-suffering in situations that involve interpersonal relationship and recognition involving patients, family members, and health team
is noteworthy. We conclude it is worth taking into account the objective and subjective aspects of the health team’s work, to promote workers’ quality
of life, thus influencing the quality of care provided

Resumo Espanhol:

La unidad de cuidados intensivos (UCI) es un sector con estructura física y dinámica propia que articula intensa tecnología y práctica racionalizada
a la necesidad de acción multiprofesional, centrada en las relaciones. En este sentido, esto es un ambiente que proporciona al profesional de la salud
vivencias con sentimientos ambiguos, representados por el placer y el sufrimiento. Así, el objetivo de este artículo fue comprender las experiencias de
placer y sufrimiento en el trabajo de profesionales de la salud que actúan en una UCI de un hospital universitario. Esta es una investigación cualitativa,
realizada con 31 profesionales de la salud mediante entrevista individual con guión semi-estructurado, sometida al Análisis de Contenido. El estudio
demostró que varios factores influyen en las experiencias con placer y sufrimiento en el trabajo del equipo, que dependen de la relación interpersonal
entre pacientes, familias y equipo, la naturaleza de la actividad desarrollada, así como los aspectos objetivos del trabajo. El sufrimiento se relaciona
con la pérdida de pacientes y la impotencia; la empatía con la situación experimentada por los pacientes; la imposibilidad de crecimiento; la sobrecarga
de trabajo; las largas horas de trabajo; y los bajos salarios. Se destaca la dualidad placer-sufrimiento en situaciones que involucran las relaciones
interpersonales y el reconocimiento que involucran pacientes, familiares y equipo de salud. Se concluye que es importante tener en cuenta los aspectos
objetivos y subjetivos del trabajo del equipo de salud, con el fin de promover la calidad de vida de los trabajadores y así influir en la calidad de la
atención ofrecida.