A América do Sul na cartografia renascentista

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Início Publicação: 31/05/2005
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

A América do Sul na cartografia renascentista

Ano: 2011 | Volume: 7 | Número: 13
Autores: Maria Márcia Magela Machado, Úrsula Ruchkys
Autor Correspondente: Maria Márcia Magela Machado | [email protected]

Palavras-chave: Cartografia renascentista, mapa–múndi, América do Sul, anamorfose

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A partir dos 1550 a Antuérpia se tornou o principal
centro de produção e impressão de mapasmundi
e atlas. Nesses mapas, o Novo Mundo
passou a ganhar forma. Entretanto, a matematização
da representação do espaço, que caracterizou
a cartografia renascentista, não impediu
que grandes distorções fossem imputadas
aos territórios das colônias ultramar. A falta de
conhecimento da realidade geográfica e o imaginário,
alimentado por narrativas sobre esses
territórios, foram, por vezes, responsáveis pelas
deformações. Esta cartografia refletiu o deslumbramento
causado pelos enormes tesouros
encontrados pelos espanhóis no Peru. Em
vários mapas publicados no Renascimento, o
território peruano aparece ampliado, chegando
a ocupar praticamente toda a área central da
América do Sul em detrimento, principalmente,
do território brasileiro que, grandemente subdimensionado,
chega a parecer uma península.
Um olhar atual sobre as imagens disformes da
América do Sul nestes mapas nos remete a um
anamorfismo. É como se os territórios de Brasil
e Peru tivessem sido submetidos a uma transformação
espacial na qual o grandiente de distância
euclidiano foi convertido em uma nova
métrica: os tesouros até então descobertos.



Resumo Inglês:

From the 1550’s Antwerp became the main
center of production and also print world maps
and atlases. In these maps, the New World
began to take shape. However, the mathematization
of representation of space that characterized
the Renaissance cartography did not
prevent that large distortions were imputed
to the territories of the colonies overseas. The
lack of knowledge of the geographical reality
and imagination, fueled by stories about these
territories, were sometimes responsible for the
deformations. This cartography recorded glare
caused by the enormous treasures found by the
Spaniards in Peru. In several maps published in
the Renaissance, the Peruvian territory appears
enlarged, occupied almost the entire central
area of South America to the detriment, mainly,
of Brazilian territory, that greatly underestimated,
comes to seem a peninsula. A current look
of the deformed images of South America in
these maps leads us to an anamorphic. It is as
if the territories of Brazil and Peru have undergone
a transformation space in which the gradient
of Euclidean distance was converted into
a new metric: the treasures so far discovered.