Alometria de espécies lenhosas de cerrado dois anos após um incêndio

Brazilian Journal Of Biology

Endereço:
Rua Bentos Carlos, 750
São Carlos / SP
13560-660
Site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1519-6984&lng=pt&nrm=iso
Telefone: (16) 3362-5400
ISSN: 15196984
Editor Chefe: Takako Matsumura-Tundisi
Início Publicação: 31/12/1940
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Biologia geral

Alometria de espécies lenhosas de cerrado dois anos após um incêndio

Ano: 2011 | Volume: 71 | Número: 2
Autores: Dodonov, P., Lucena, IC., LEITE, MB., Silva Matos, DM.
Autor Correspondente: P Dodonov | [email protected]

Palavras-chave: cerrado, fogo, crescimento geométrico, eixo principal reduzido

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Estudos de alometria são importantes para interpretar o efeito de fogo e da herbivoria, para estimar biomassa em
florestas, entre outros. Há diversos estudos em florestas temperadas e tropicais, mostrando que as plantas desses
ecossistemas frequentemente ajustam-se ao modelo de similaridade elástica; mas quase não há estudos realizados no
cerrado. Estudamos a alometria de Dalbergia miscolobium, Diospyros hispida, Erythroxylum suberosum, Miconia
albicans, M. ligustroides, Schefflera vinosa e Xylopia aromatica em um fragmento de cerrado sensu stricto, afetado de
maneira heterogênea por um incêndio em agosto de 2006. Esperávamos que as espécies não se ajustassem a quaisquer
dos modelos considerados comuns para espécies florestais (“estresse constante”, “similaridade elástica” e “crescimento
geométrico”), e que haveria diferenças significativas entre manchas atingidas pelo fogo e as não atingidas. Amostramos
duas espécies em 60 parcelas contíguas de 5 × 5 m dispostas em três transectos e cinco espécies em 100 parcelas
contíguas de 5 × 5 m dispostas em cinco transectos, dentro das quais medimos o diâmetro à altura do solo (DAS) e a
altura de todos os caules. Usamos regressões do tipo eixo principal reduzido sobre logaritmos dos dados. A inclinação
da regressão foi maior do que 1,0 (p < 0,05) para quatro espécies, mostrando uma altura maior do que seria esperada
sob crescimento geométrico. Esse padrão não é previsto por modelos teóricos. Encontramos diferenças significativas
(p < 0,05) nos coeficientes de inclinação e/ou de correlação entre parcelas queimadas e não queimadas para cinco
espécies; generalizamos que o fogo pode influenciar a alometria de plantas do cerrado, sendo que essa resposta pode
variar entre espécies.



Resumo Inglês:

Studies of allometry are important in explaining effects of fire and herbivory, for estimating biomass in forests, and
so on. There has been extensive research on plant allometry in temperate and tropical forests, showing that plant
architecture often adjusts to the elastic similarity model, but not in Brazilian savannas (cerrado). We studied allometry
of Dalbergia miscolobium, Diospyros hispida, Erythroxylum suberosum, Miconia albicans, M. ligustroides, Schefflera
vinosa, and Xylopia aromatica in a cerrado sensu stricto area that was affected by a fire in August 2006. We expected
that the study species would not adjust to any of the allometric models considered common for forest species (“constant
stress”, “elastic similarity”, and “geometric growth”), and that there would be differences in allometry in burnt and
unburnt patches. We sampled two species in 60 5 × 5 m contiguous plots placed in three transects, and five species
in 100 5 × 5 m contiguous plots placed in five transects, where we measured the diameters at soil level (DSL) and
the heights of all shoots. We used standardized major axis regressions on log-transformed data. The regression slope
between the height and DSL was higher than 1.0 (p < 0.05) for four species, showing a greater height than would be
expected under geometric growth, not predicted by theoretical models. We found significant differences (p < 0.05) in
regression slopes and/or correlation coefficients between burnt and unburnt plots for five species, indicating that fire
may influence plant allometry in the Brazilian cerrado, and that such a response is highly variable between species.