Alimentação da corvina Micropogonias furnieri (Sciaenidae; Pisces) no estuário do Rio da Prata e águas costeiras do Uruguai

Atlântica

Endereço:
Rua Eng. Alfredo Huch, 475 Centro - Rio Grande, RS
Rio Grande / RS
0
Site: http://www.seer.furg.br/ojs/index.php/atlantica
Telefone: (53) 3233-6710
ISSN: 1021656
Editor Chefe: [email protected]
Início Publicação: 31/12/1975
Periodicidade: Semestral

Alimentação da corvina Micropogonias furnieri (Sciaenidae; Pisces) no estuário do Rio da Prata e águas costeiras do Uruguai

Ano: 2007 | Volume: 29 | Número: 2
Autores: DIEGO AGUSTÍN GIBERTO, CLAUDIA SILVIA BREMEC, EDUARDO MARCELO ACHA, HERMES WALTER MIANZAN
Autor Correspondente: DIEGO AGUSTÍN GIBERTO | [email protected]

Palavras-chave: sciaenidae, dieta, macroinvertebrados bentônicos, atlântico sul ocidental

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Estudamos a dieta da corvina (Micropogonias furnieri) (Pisces) em distintos regimes de salinidade e tipos de fundo no estuário
do Rio da Prata e nas águas costeiras adjacentes do Uruguai. Analisamos 258 conteúdos estomacais de organismos com
6-67 cm de comprimento total (TL) e aplicamos um índice de importância relativa das presas (IA), com base na freqüência de
ocorrência e biomassa. Análises multivariadas (ANOSIM, MDS) foram usadas para detectar diferenças nas dietas entre sítios
amostrais. Micropogonias furnieri apresentou uma tendência de especialização em um único tipo de presas, no caso bivalves,
embora se alimente secundariamente de outros invertebrados bênticos, como poliquetas e crustáceos. A dieta variou em
função do tamanho dos organismos e das áreas amostrais. O bivalvo Mactra isabelleana foi a presa principal de corvinas
maiores do que 10 cm TL (%IA = 96.68), enquanto misidáceos foram a presa principal de corvinas com menos de 10 cm TL
(%IA = 85.3). As análises multivariadas definiram três grupos principais de corvinas alimentando-se principalmente de
M. isabelleana (formas estuarinas e de fundos marinhos lamosos), misidáceos (fundos estuarinos lamosos) e Artemesia
longinaris (fundos heterogêneos, marinhos ou estuarinos). Os três grupos correspondem às estratégias tróficas de
especialização, generalização ou mista. A plasticidade no comportamento de alimentação pode ser um dos fatores
responsáveis pela ampla distribuição geográfica da corvina-branca, viabilizada por distintos padrões de exploração das presas.



Resumo Inglês:

We studied the diet of the whitemouth croaker (Micropogonias furnieri) (Pisces) in the Río de la Plata estuary and adjacent
Uruguayan coastal waters. Fish were caught at different salinity ranges and bottom types. We analyzed 258 gut contents of
whitemouth croaker (6-67 cm total length, TL) and calculated an index of relative importance of prey (IA) based on frequency of
occurrence and biomass. Multivariate analyses were used to detect diet differences between sampling sites (ANOSIM, MDS).
Micropogonias furnieri showed a tendency to specialization towards one single taxonomic prey type, bivalves, but also including
other benthic invertebrates like polychaetes or crustaceans. The diet varied according to the size and area analyzed. The
bivalve Mactra isabelleana was the main prey of croakers > 10 cm TL (%IA = 96.68), while mysids where the main prey of
croakers < 10 cm TL (%IA = 85.3). Multivariate analyses defined three main groups of croakers which mainly feed on:
M. isabelleana (estuarine and marine muddy bottoms), mysids (estuarine muddy bottoms) and Artemesia longinaris (marine and
estuarine waters, heterogeneous bottoms). These three groups also represented distinct feeding behavior of croakers:
specialization, generalization and mixed feeding strategies respectively. This plasticity in the feeding behavior could be one of the
factors that allows for the extensive geographical distribution of whitemouth croaker, throughout different prey exploitation patterns.