Além do bem e do mal: o poder em Maquiavel, Hobbes, Arendt e Foucault

Revista Brasileira De Ciência Política

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ISSN: 1033352
Editor Chefe: Luis Felipe Miguel e Flávia Biroli
Início Publicação: 31/12/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciência política

Além do bem e do mal: o poder em Maquiavel, Hobbes, Arendt e Foucault

Ano: 2013 | Volume: 0 | Número: 10
Autores: Karlfriedrich Herb
Autor Correspondente: Karlfriedrich Herb | [email protected]

Palavras-chave: poder, violência, legitimação, antropologia política, saber, virtude

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O poder é mau por natureza? Está sempre em mãos erradas? Não. Essa é a resposta dada pelos clássicos da política moderna, Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes. Maquiavel desconfia das promessas antigas do bom regime e da virtude humana. Ele baseia o poder político na produtividade do mal. Apesar de compartilhar o profundo pessimismo antropológico de Maquiavel, Hobbes baseia-se na virtude do soberano: o Leviatã suprime a guerra perpétua. No século XX a apologia filosófica pelo poder assume uma forma diferente. Hannah Arendt separa a violência instrumental do poder comunicativo, transformando a ágora num lugar mágico do poder. Contrariamente, Michel Foucault nega a existência de qualquer lugar privilegiado para ocorrência do poder. Para ele, o poder torna-se uma rede de relações sociais combinando sujeição e criatividade de forma ambígua.



Resumo Inglês:

Is power bad by nature? Is it always in the wrong hands? No. This is the answer given by the political classics of Modern Age, Niccolò Machiavelli and Thomas Hobbes. Machiavelli distrusts the ancient promises of good regime and human virtue. He bases political power on the productivity of the evil. Despite sharing Machiavelli's profound anthropological pessimism, Hobbes relies on the virtue of the sovereign: the Leviathan does away with perpetual war. In the 20thcentury the philosophical apologia for power assumes a different shape. Hannah Arendt separates instrumental violence from communicative power, turning the agora into the magic place of power. Contrary to that, Michel Foucault denies the existence of any privileged place of power. For him, power becomes a network of social relationships ambiguously combining subjection and creativity.