Alçar os Santos dos Calabouços: Um Museu para a Liberdade

Mediações

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Depto. de Ciências Sociais/Centro de Letras e Ciências Humanas Universidade Estadual de Londrina - Campus Universitário
Londrina / PR
Site: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes
Telefone: (43) 3371-4456
ISSN: 2176-6665
Editor Chefe: Raquel Kritsch
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Sociologia

Alçar os Santos dos Calabouços: Um Museu para a Liberdade

Ano: 2020 | Volume: 25 | Número: 3
Autores: Luz Stella Rodríguez Cáceres
Autor Correspondente: Luz Stella Rodríguez Cáceres | [email protected]

Palavras-chave: Coleções afro-brasileiras, Repressão policial, Museu, Reparação, Patrimônio

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Duas coleções de objetos religiosos afro-brasileiros que foram confiscados pela polícia entre 1891 e as primeiras décadas do século XX são objeto de reflexão neste artigo. Ao estudar os percursos dessas coleções foram mapeados os diversos valores de sentido atribuídas a elas, os quais longe de serem permanentes, também não são excludentes entre si. Proponho discutir os processos simbólicos e arranjos institucionais que foram acionados ao longo das suas trajetórias. Nessa empreitada, essas coleções são passíveis de serem analisadas em duas dimensões: por um lado, enquanto realidade subjetiva, afetiva e cosmológica; e por outra parte como objetos de luta política na esfera pública de um coletivo socialmente organizado. Ambas as coleções possuem origens similares e têm como denominador comum a exigência das pessoas envolvidas de que seja o museu a instituição encarregada de as abrigar. O museu é indicado como o lugar para a reparação da dor e do sofrimento causados pela violência e intolerância religiosa, o racismo e o preconceito. Em ambos os casos é abordado o poder de agência desses conjuntos de objetos que tem materializado ações e provocado mobilizações em torno de si.