O processo de Reforma Psiquiátrica brasileira requer novas estratégias de intervenção no cenário de saúde mental. Nesse contexto, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são dispositivos que buscam promover novas formas de relacionamento com a saúde mental. As UBS contam com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que são responsáveis pelo atendimento à comunidade. Buscou-se verificar qual a compreensão dos ACS de uma UBS do municÃpio de Palhoça/SC acerca da pessoa com transtorno mental. Buscou-se também identificar as problemáticas vivenciadas pelos ACS no atendimento a essas pessoas e suas famÃlias, e como encaminhavam as demandas a eles apresentadas. Realizou-se uma pesquisa qualitativa e exploratória junto a seis ACS por meio de entrevista semiestruturada. Por meio da análise de conteúdo, foram organizadas categorias a posteriori. Os dados indicam que os ACS não têm seu trabalho entendido como profissional. Têm dificuldades em compreender e reconhecer fenômenos relativos aos transtornos mentais e perspectivam, sobretudo, uma intervenção biológica junto à s pessoas com transtornos mentais. Contudo, o trabalho dos ACS, que é baseado no senso comum, é visto por eles com possibilidades de ampliação, na medida em que tenham maior apoio da equipe de atenção básica.
The psychiatric reform process in Brazil demands new possibilities and strategies of intervention in the mental health scenario. In this context, the Basic Health Units (BHUs) are considered devices that intend to promote new forms of relationship with the mental health. The BHUs rely on the Health Community Agents ‘work (HCA), responsible for providing care to the community. We aimed at verifying the comprehension level about the person with a mental disorder that the HCAs of a BHU in Palhoça/SC had. We tried to identify the problems HCAs went through while giving support to these people and their family, and how they directed them according to the requested demands. The content analysis was done through a posteriori categories. The data show that the HCAs do not have their work acknowledged
as professional, having difficulties in understanding and recognizing phenomena related to mental disorders, pursuing the biological intervention. Still, the HCAs’ work, which is based on common sense, is seen by them as having potential for expansion, as long as they have more support from the basic care team.